Exposições e venda de livros de editoras e livrarias angolanas e uma “Roda de Sambra” marcou neste domingo, 10, o encerramento do Festival do Livro na Rua (FLIR), aberto desde terça-feira, 5, no Centro Cultural do Brasil em Angola (CCBA), em Luanda. Os eventos foram organizados no âmbito da Bienal de Luanda e nos formatos presenciais e online.
Num cenário descontraído debaixo da árvore da Mulemba e com uma plateia de angolanos e brasileiros, aconteceu a esperada roda do samba, nas instalações do CCBA.
Em entrevista ao Portal Marimba Selutu, o instrumentista e intérprete Paulo Cruz disse estar honrado em participar do encerramento do FLIR. “Tenho é de agradecer a recepção que senti do público de Luanda, que é uma terra com um povo especial. Sou um aprendiz e é um prazer grande tocar aqui no CCBA”, frisou Paulo Cruz, acrescentando que a proposta apresentada ao público foi no estilo samba de raiz, como é chamado no Rio de Janeiro.
Segundo o mesmo, durante a sua actuação com suporte dos brasileiros Sérgio de Toledo (vocal), Kaio Carmona (vocal) e Paulo Tapajós (pandeiro), interpretaram várias músicas de compositores famosos como Paulinho da Gola, Chico Buarque e Maria Betanea. “A proposta foi de confraternizar com os nossos irmãos angolanos e percebemos que gostam do nosso Samba”, sustentou.
Proveniente de uma família tradicional de músicos, Paulo Cruz está em Angola em missão de serviço, mas conta que o seu avó foi o fundador da escola de Samba Académico de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
O mesmo relevou à nossa reportagem que apesar de não levar a música como carreira profissional, o seu primo Claudinho Guimarães, já falecido em 2020, chegou a subir em grandes palcos e a gravar samba com Alcione, Beth Carvalho e outros artistas brasileiros.
SOBRE O FLIR
Originário da cidade brasileira de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, o FLIR é um evento cultural com periodicidade anual e neste ano está a ser a sua terceira edição, numa parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, a Câmara Mineira do Livro, o Sesc Minas Gerais e as livrarias locais de Angola.
Os eventos ocorreram de forma simultânea nas cidades de Belo Horizonte, Luanda e Paris (nesse caso, em parceria com a sucursal da Aliança Francesa na capital mineira).
Durante o Festival, decorrem igualmente encontros virtuais entre escritores e pesquisadores do Brasil e de Angola, e actividades presenciais, com a participação de escritores, de editoras e das livrarias angolanas, convidadas para exporem e venderem os seus livros em estandes na histórica rua dos Mercadores.
O Festival apresentou também o grupo Leituras Assistidas, com a obra “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, Clubes de Leitura, Exposição ReciclArte, show musical com a banda Etno N’Gola e leituras de textos da literatura infanto-juvenil, nas instalações do CCBA.