Dog Murras usa analogia da “formiga e do grilo” para incentivar a produção em Angola

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Dog Murras é um escritor, compositor e músico de intervenção social angolano. Foto: DR
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Com o objectivo de desconstruir os temas sobre a industrialização do país de uma forma aberta, com a possibilidade dos presentes poderem dizer exactamente o que pensam e o que precisam em cada uma destas conversas, o Jornal Expansão realizou, na passada sexta-feira, 26 de Abril, o IV Fórum industrial, no Hotel Intercontinental, em Luanda.

Convidado para falar sobre “Faltam Empresários ou Condições para o Desenvolvimento da Indústria no nosso País?”, o músico e escritor angolano, Dog Murras, abriu a sua fala com a analogia da formiga e do grilo, aprendido na fase em que o mesmo frequentou o ensino secundário numa das escolas de Angola.

Segundo o palestrante, durante um inverso pesado, estes dois animais perderam toda a sua família e propriedades, mas a formiga sempre trabalhou para se organizar e nunca mais passar por aquela situação. Enquanto que o grilo, explicou o também escritor, se posicionou como o mais relaxado, dançava muito e ouvia kuduro nos momentos de trabalho e levava uma vida de “sexta-feira é dia do homem.”

Dog Murras disse ainda que quando chegou o novo inverso, o grilo que trabalhou e organizou a sua colheita entrou em pânico e cinco dias depois, bate a porta da formiga para pedir ajuda devido a falta de sustento e local de protecção para ele e a família.

“Quando o Grilo questionou sobre o passo a ser dado para conseguir proteger e sustentar a sua família, a formiga apenas respondeu: continua a dançar”, referiu o palestrante, lembrando que este desafio de interpretação foi feito naltura em que frequentava o ensino de base, numa das escolas de Luanda.

“Em função do que vejo no mundo e o enquadramento que precisamos fazer, entendo que os chineses são formigas, os brasileiros são formigas, os americanos são formigas e até os brasileiros e portugueses são formigas. Nós somos os grilos”, explicou, sustentando que o inverso representa o amanhã, o improvável e alertou a necessidade de deixarmos de passar a vida a dançar.

O artista que foi em representação da voz do povo fez referência que antes de 1974, os angolanos já eram formigas devido o volume de produção que dominava o país. “Temos de inverter a pirâmide. Quando você inverte a pirâmide na empresa, em casa e no país, você começa a fazer uma leitura das circunstâncias de trás para frente”, finalizou.

Para acompanhar a palestra completa do artista, o leitor pode acessar no link abaixo:

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