“Mural da Resistência” homenageia bravura e grandeza moral de personalidades angolanas

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Activistas, políticos e académicos angolanos foram homageados. Foto: DR
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Uma equipa de cinco artistas plásticos e grafiteiros angolanos foram escolhidos para criar o mural que guardará a memória de angolanos que contribuíram pela resistência ao regime.

Em parceria com artistas plásticos, o Observatório da Imprensa vai homenagear nesta segunda-feira, 30, na sala de conferência das Irmãs Paulinas, em Luanda, nove personalidades angolanas que resistem na luta pelos direitos humanos. O mural está localizado na zona da Mulemba, adjacente ao Mural da Cidadania, em Luanda.

A grandeza ética e moral, o patriotismo, a crítica honesta à sociedade civil, a coragem e resiliência, a luta pela liberdade de imprensa, a coragem e revelação, bem como a bravura e resistência foram os critérios escolhidos pela organização para homenagear Filomeno Vieira Lopes, Nelson Pestana, “Bonavena”, Fernando Macedo, Luís do Nascimento, Luiz Araújo, Laurinda Gouveia, Kimpa Vita, William Tonet, Rosa Conde e Nito Alves.

Em entrevista ao Portal Marimba Selutu, o coordenador do Observatório da Imprensa, Domingos da Cruz, disse que a iniciativa surgiu de uma discussão feita pela equipa interna do projecto e visa reconhecer as pessoas que fazem sacrifícios pelo País.

“Esta é a primeira e a única homenagem. Gostaríamos de fazer uma outra, mas dependeria de disponibilidade financeira e não há uma garantia e nenhuma intenção programada para fazer uma outra.”, frisou o pesquisador e activista do mediático processo 15+2, acrescentando que o objectivo da actividade é o de reafirmar a consciência histórica sobre a luta pela cidadania, demonstrar o seu longo percurso e reconhecer as pessoas que se dedicam nela há muito tempo.

Da Cruz disse também que é uma oportunidade soberana porque a mesma luta começa agora a conectar-se com a nova geração. “Em síntese, é quebrar um elemento que é muito frequente em Angola, de reconhecer as pessoas quando partem [morrem]. Quando já não estão entre nós. É preciso reconhecê-las enquanto vivos.”, explicou o académico, sustentando que a necessidade de se fazer de forma contrária como acontece pelo mundo a fora.

Questionado sobre os critérios que estiveram na base da escolha das nove personalidades homenageadas, Domingos da Cruz afirmou que a sua equipa tentou focar nas questões bastante específicas e que enquadram-se com os objectivos e motivações do evento.

“Qualquer pessoa ética em Angola reconheceria que Fernando Macedo, Nelson Pestana são pessoas moralmente elevadas. Não se pode negar o grau de elevação moral e o compromisso ético bastante vincado.”, reforçou.

Quanto ao local, a organização preferiu que o mural tinha de ir para a periferia, lugares onde há ausência de projectos criativos e de acções que valorizem determinados locais. “Isso ajuda aquela ideia de que as boas coisas devem estar em todo o lado do País.”, rematou.

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