O Cine São Paulo, Cine Atlântico e Cine Tivoli receberam visitas de constatação do ministro da Cultura, Filipe Zau, nesta quarta-feira, 3, em Luanda. A actividade visa avaliar o estado de conservação dos espaços e identificar soluções para a sua futura reabilitação e rentabilização.
O Cine São Paulo foi a primeira paragem onde o governante constatou que, apesar de inoperante, a estrutura mantém algumas condições, permitindo perspectivar uma reabilitação mais célere.
No final da visita neste mesmo recinto, Filipe Zau defendeu que o espaço pode vir a se tornar numa importante sala para dinamizar actividades culturais e gerar ocupação artística.
No Cine Atlântico, Património Histórico Nacional, a delegação visitou o Cine-Estúdio e outros compartimentos, obtendo um diagnóstico considerado razoável quanto ao seu estado.
Já no Cine Tivoli, o ministro da Cultura apresentou uma avaliação estrutural mais positiva, em relação às outras, reforçando a necessidade de recuperar salas do género que possuam potencial para acolher eventos culturais diversificados.
Ao longo das visitas, Filipe Zau reiterou que a prioridade do sector é garantir a rentabilização dos equipamentos culturais, com políticas de preços acessíveis, de modo a fomentar emprego artístico e criar espaços para a população usufruir de uma agenda cultural regular.
A recuperação das salas, sublinhou, vai ser realizada em parceria com os operários de Cultura e empresários, com vista à criação de modelos de gestão sustentáveis. “Temos muitos artistas sem locais para exercer a sua actividade. A nossa missão é devolver estes espaços à cultura e permitir que o público tenha opções de lazer e fruição artística”, afirmou, citado pelo Jornal de Angola.
As visitas inserem-se na estratégia do Ministério da Cultura de revitalizar infra-estruturas culturais, aproximar a cultura das comunidades e transformar estes espaços em pólos de criação artística, emprego e turismo.
Salas visitadas
O Cine São Paulo em Luanda foi inaugurado nos anos 60, projectado pelo arquitecto português Vasco Vieira da Costa, e reinaugurado em Novembro de 2012. Após um período de inactividade de cerca de 12 anos, o cinema foi reaberto como um espaço multifuncional, capaz de acolher vários eventos como espectáculos musicais, lançamentos de livros, peças de teatro e cerimónias sociais.
A reabertura transformou o espaço num local multiusos, preparado para receber diversos tipos de eventos, incluindo shows musicais, lançamentos de discos e livros, peças de teatro e outros eventos culturais.
O Cine Atlântico, em Luanda, construído em 1964, é um exemplo único de cinema tropical em esplanada, com uma arquitectura aberta e uma cobertura de asnas metálicas suspensas por tirantes de aço. Foi projectado para ser um espaço social, com pinturas de Albano Neves e Sousa, esculturas de António Vidigal e instalações como restaurante e bar, além de auditório para 1.489 pessoas. Apesar de ter tido um declínio na frequência após a guerra civil, hoje, continua a acolher eventos culturais, sendo palco anual do Festival Internacional de Cinema de Luanda.
O Cine Tivoli, em Luanda é um cinema que, apesar de ter sido palco de importantes eventos culturais, parece estar actualmente em processo de reinvenção e modernização, como parte de iniciativas para revitalizar espaços culturais em Angola. A História específica do cinema, que foi um marco de entretenimento e cultura no passado, é marcada por eventos históricos recentes e aparentemente pela sua transformação e adaptação às novas necessidades culturais e sociais do país.
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