Estas palavras foram proferidas pelo Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom José Manuel Imbamba, nesta sexta-feira, 28, no auditório do Clube Desportivo de Saurimo, província da Lunda Sul.
O também bispo da Arquidiocese de Saurimo referiu que todos nós queremos ser mais e existem tradições que não ajudam muito.
“A cultura é uma propriedade só do Homem e existe para humanizar o Homem. Porque o homem é o único animal que precisa aprender a ser homem, que precisa se projectar para realizar aquilo que pretende enquanto ser racional, estéctico, artístico, simbólico e que se esforça para construir o seu mundo humano”, declarou o religioso, acrescentando que é por isso que a cultura vai servir de factor de humanização.
Dom José Manuel Imbamba fez saber ainda que a cultura ajuda-nos a organizar aquilo que somos para termos um modo específico de sermos pessoas e construir uma comunhão.
“Às vezes pensamos que a cultura é fruto da natureza ou ela provém de um deus, não! Quem cria e cultiva a cultura é a pessoa humana. É por isso que a cultura está passível a desvios com situações e tradições que não ajudam a pessoa humana a atingir o nível de humanização”, reforçou o líder religioso, defendendo a necessidade de transmissão do património cultural como um legado positivo, incentivando o público a apreciar e defender suas práticas culturais.
Dom Manuel Imbamba enfatizou a importância da preservação cultural como um aspecto vital da identidade e da comunidade, reflectindo sobre o conceito de cultura, o seu papel na formação de indivíduos e na conexão com os outros povos.
Entre os fundamentos da cultura, o católico mencionou a língua e os costumes, alertando à necessidade da sua valorização para melhor entendermos a história cultural para avaliar se ela enriquece ou diminui a humanidade.
O prelado identificou a linguagem como um elemento fundamental da cultura, servindo como um factor unificador e um meio de expressar a identidade cultural.
Dom José Manuel Imbamba é filho de Moisés José Massanga e de Maria Satembo e nasceu no dia 7 de Janeiro de 1965, na cidade do Lwena-Moxico, e nessa cidade frequentou o ensino primário.
Autor do livro “Uma Nova Cultura para Mulheres e Homens Novos”, já na 2ª edição; participação em algumas colectâneas e vários artigos científicos.
Em 1979 ingressou no Seminário Menor de Malanje e em 1981 seguiu para o Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Luanda, onde frequentou o ensino médio.
Quatro anos depois, foi transferido para o Seminário Maior S. Paulo, Uije, onde frequentou o curso de Filosofia, tendo regressado, em 1987 ao Seminário Maior de Luanda, onde em 1991 concluiu o curso de Teologia.