Estas foram as primeiras palavras proferidas esta terça-feira, 27, pelo músico e compositor angolano, em Luanda. O artista, que se encontra na Clínica Multiperfil desde a última terça-feira, 20 de Dezembro, confirmou o seu grave estado de saúde e lamentou a falta de visita por parte dos seus colegas da classe artística.
Em entrevista exclusiva ao Marimba Selutu, via telefónica, o artista que canta nas línguas umbundu e português e enfrenta uma diabete há anos, declarou que o seu estado de saúde não é dos melhores.
“Eu estou mal mesmo. Conforme estava, não é como estou agora. Mas o que está a sair nas redes sociais de que estou a precisar de vaquinha [contribuição], não é verdade. Realmente estou doente”, frisou o músico e autor de vários sucessos, acrescentando que o tratamento está a caminhar bem.
Handanga lamentou também pela forma como internautas usam da situação para apelar inverdades nas suas redes sociais. “Estou a ver as notícias nas redes de que há qualquer momento Justino Handanga vai falecer. Posso dizer que isso deixa-me muito triste porque no ano passado haviam notícias falsas de que eu tinha morrido. Agora estão a dizer que vou falecer”, referiu o compositor, clarificando que “não é só o Justino Handanga que merece morrer. Todos vamos… mas correr comigo dessa maneira não fica bem”.
Questionado sobre a necessidade de uma viagem para tratamento fora de Angola, o artista fez saber que esta saída do país não depende do mesmo por entender que qualquer movimentação de Angola para o exterior, envolve custos.
“Se tivesse uma mão legal, sim. Mas se fosse necessário, penso que aqui mesmo na Multiperfil diriam alguma coisa”, disse o músico, reforçando que desde que deu entrada na clínica, a recuperação está a ser boa.
Justino Handanga revelou que tem recebido apoios do Governo e lamentou o facto de até ao momento, mesmo estando em Luanda, não ter recebido a visita de um único músico angolano com os quais sempre trocou palco.
Solicitado a deixar uma mensagem para os seus seguidores, Handanga disse: “aquelas pessoas que não me gostam ainda vão ter de aturar-me mais um pouco. Porque ainda não é desta vez! Estou a preparar alguma coisa para os meus fãs e para todos saberem que ainda estou mesmo aqui. Contem comigo porque ainda estou aqui deste lado”, rematou o artista que representa a voz dos ovimbundos.
Entre os sucessos da sua carreira constam as músicas “Ndumbalundo”, “Olonamba”, “Tenho saudades”, “Paulina”, “Carlito” e “Abílio”, dos álbuns “Ondjonguele Ya Telisiwã (Alvo Atingido”, de 2004 e “Homenagem ao Valentim Amões”, de 2011.
Nascido na Aldeia de Ndoluka, comuna de Luvemba, município do Bailundo, província do Huambo, no dia 1 de Janeiro de 1969, o artista chegou a ingressar nas fileiras da Polícia Nacional de Angola no dia 10 de Outubro de 1992, após cumprir o serviço militar obrigatório das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA).
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