O escritor e jornalista angolano teceu estas declarações no último final de semana, na palestra “2 de Julho de 1706, morte de Kimpa Vita: Reflexão do dia da cultura angolana”, ocorrida em Mbanza Kongo, província do Zaire.
Para o prelector, Angola deve aproveitar os traços da nova história, pós-independência para construir a própria memória colectiva, com abrangência étnica, multinacional e racial.
O autor de vários livros publicados no mercado angolano entende a necessidade de se fazer uma revisão da indicação de uma data para celebrar a morte de Kimpa Vita como uma efeméride nacional e com valor histórico-cultural.
“A data da morte da profetiza Kimpa Vita deveria ser considerado dia de celebração nacional, pela magnitude das acções destas, com repercussões políticas, religiosas e culturais a nível da África Austral”, defende José Luís Mendonça, sustentando que a proposta surge pelo facto dela “ter protagonizado a maior revolução cultural na África Austral de todos os tempos, uma das quais a libertação do reino do Kongo do jugo colonial português.”
Entre os temas em debate na palestra que contou com a presença da vice-governadora provincial Fernanda Sumbo Guerra, os destaquse vão para a “Cultura e religião como espaços de identidade da filosofia africana”, apresentado pelo docente universitário Zolana Avelino, e “Imigração em Angola: regresso dos angolanos do exílio da RDC após a Independência e instalação em Luanda, problemas e características”, pelo professor universitário João Lukombo.