O filósofo e colunista português vai apresentar esta terça-feira, 7, em Lisboa, o livro que analisa a influência da herança histórica que os princípios monárquicos têm exercido noutras realidades sociais que não as governamentais.
O título curto “Monarquia – história, doutrinas e heranças”, explica o objectivo do livro de Carlos Maria Bobone: traçar a história da monarquia enquanto regime político e filosofia social. Das sociedades primitivas à idade média; da ideia de soberania europeia às consequências resultantes das mudanças nos EUA e da Revolução Francesa; da relação dos monarcas com regimes autoritários à realidade as famílias reais contemporâneas.
De acordo com a sinopse, a instituição monárquica é complexa, assume significados diferentes em tempos e cabeças diferentes que que percorre num processo histórico alargado, adoptando muitas formas.
“Compulsar a história da ideia monárquica obriga, assim, a trilhar dois caminhos: por um lado, exige perceber como é que se formou a ideia monárquica no pensamento ocidental, e de que modo é que ela também impôs um tipo de sociedade.”, lê-se nas notas do autor português.
Carlos Maria Bobone revela ainda que a história da política ocidental é igualmente uma constante recuperação de alguns dos princípios monárquicos considerados caducos ou ilegítimos, que os governos recuperam de forma mais ou menos camuflada.
“A monarquia confunde-se, na história do Ocidente, com a articulação entre o poder temporal e o poder espiritual, com a divisão da sociedade entre as três ordens, com a passagem do centro da vida comum, representado nos tempos da Grécia e de Roma pelas cidades, para o campo.
Por outro lado, parece-nos igualmente necessário identificar a infiltração dos princípios monárquicos noutras concepções do mundo e noutras ideias políticas”, sustenta o autor.
Alfarrabista e filósofo, Carlos Maria Bobone começou a vender livros na feira da Rua Anchieta na sua adolescência, trabalhou na Livraria Artes e Letras enquanto frequentava o curso de Filosofia, chegando mais tarde a trabalhar para a Livraria Bizantina, fundada pelo seu pai. Colabora também com o Observador, onde escreve sobre livros.