O muro, a imigração, as armas e o racismo. A nova canção da banda americana chama-se “Land of The Free” e é um manifesto contra a Administração Trump.
Na forma, não traz novidade ao que a banda fez antes. É uma espécie de cruzamento entre Bruce Springsteen e um grupo de gospel, e já ouvimos isso antes na discografia dos The Killers. É no conteúdo que está a grande diferença, sobretudo para uma banda que sempre se esforçou por não ter uma posição pública e activa no universo da política. Desta vez foi diferente. Brandon Flowers e restante rapaziada escreveram e gravaram “Land of The Free”.
De acordo com o Observador, o vídeo é de Spike Lee. O realizador filmou grupos de migrantes na fronteira entre o México e os EUA. Filmou o que já existe de muro edificado a separar os dois países. Todos os elementos juntos fazem de “Land of The Free” um claro manifesto contra a administração Trump e a realidade social actual dos Estados Unidos. Problemas raciais e o controlo de armas são outros dos temas abordados na letra de Brandon Flowers.
Ao programa de Zane Lowe na rádio da Apple Music, a Beats 1, o vocalista dos The Killers, explicou que começou a escrever “Land of The Free” depois da tragédia na escola de Sandy Hook, em dezembro de 2012 (quando Adam Lanza, de 20 anos, matou a tiro 20 crianças com idades entre os 6 e os 7 anos, além de seis adultos e depois de ter disparado mortalmente sobre a própria mãe).
“Começava a trabalhar na canção, mas depois parava e pensava ‘não sou o gajo certo para fazer isto’. Sentia que não era a pessoa adequada… achava que alguém ia escrever aquela canção. Mas as coisas continuavam a acontecer… Las Vegas, Orlando, Parkland… continuavam a acontecer e eu sabia que tinha de libertar isto que andava dentro de mim”, disse o músico.
Sobre o vídeo de Spike Lee, Flowers confessou nunca ter pensado em fazer parte do trabalho do realizador: “Foi incrível colaborar com ele. Ele é um mestre, obviamente. Muitos destes assuntos são-lhe muito pessoais e ele acertou completamente.”