Estas palavras foram proferidas pelo responsável da Academia de Artes, Edgard Seleka, durante o fórum sobre o semba e outras métricas, realizado nesta semana, em Luanda. O intuito é o de recolher subsídios e abordar com especialistas, sobre a valorização do género musical e o seu reconhecimento como património imaterial angolano.
De acordo com Edgard Seleka, deve existir um estudo que realce com profundidade, sobre a cronologia do surgimento de várias métricas na diversidade cultural, bem como os ritmos das músicas, que hoje carecem de algumas teses científicas.
“Os ritmos das músicas tradicionais folclóricas e urbanas, como o semba, massemba, rebita, kazukutta, kabetula, mabalakata, kilampanga, kuduro e kizomba, carecem de estudos”, frisou o especialista.
Por sua vez, o director provincial da Cultura, Manuel Gonçalves, considerou que o fórum representou uma oportunidade para discutir, reflectir e descobrir a verdadeira história do semba.
Manuel Gonçalves recordou que fala-se sempre do semba enquanto património, mas a sua classificação como tal é importante, devendo-se recolher mais subsídios e discutir a verdadeira essência do género com o fito de padronizá-lo.
“Para levar o semba como património imaterial, há regras e essas, devem ser cumpridas. Tudo isso passa por um estudo, no sentido de se encontrar um denominador comum dentro dos parâmetros científicos, contando com a contribuição de todos”, enfatizou.
Durante o fórum, que contou com a participação de músicos e estudiosos, foram debatidos temas como “A filosofia da métrica do semba e outras métricas musicais, tendo em conta o impacto do género na cultura angolana”.
O semba é um género de música e de dança tradicional de Angola, que se tornou muito popular a partir dos anos 50.
Organizado pela Academia de Artes e a Orquestra Sinfónica Estrelas de África, o fórum decorreu durante dois dias, no Museu Nacional de História Natural. O mesmo enquadrou-se no plano gizado pelo Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente para a valorização do semba, como património imaterial a merecer um estudo para a sua contextualização métrica.
A palavra semba significa umbigada, em kimbundu. Numa tradução livre, a palavra semba representa “o corpo do homem que entra em contacto com o corpo da mulher ao nível do barriga”.