Estas palavras foram proferidas neste Sábado, 2, pelo analista social angolano Paulo Brijonev, em Luanda.
Falando em exclusivo ao Marimba Selutu, depois do programa Mais Comunicação, apresentado pelo jornalista Amadeu Cassinda, na Rádio Kairós, o especialista disse que não é normal essa atitude dos partidos políticos angolanos no só no momento das eleições.
“Mas é importante dizer que é um período especial, embora a nossa lei não fala da pré-campanha. Existe o período de campanha eleitoral, onde essas acções dos políticos são mais propensas. Os partidos políticos vão atrás do voto”, frisou o académico, acrescentando que há gestos que não podem ser feitos durante a campanha eleitoral por entender que podem ferir uma determinada sensibilidade cultural.
Se o comportamento for diferente, defende o interlocutor, muitos candidatos irão ver gorados os seus objectivos de obter eleitores para as suas candidaturas.
“Ir atrás do voto pressupõe contacto com os rituais das comunidades. Há que se cumprir com uma série de pressupostos culturais e os políticos usam esses trajes porque são condições para estarem nesse meio social. E no momento de apelo ao voto, ainda vamos ver muitas cenas destas”, reforçou.
Questionado sobre a posição de artistas que vestes as camisolas de partidos políticos em épocas eleitorais, o também consultor de comunicação afirmou que os artistas trabalham por dinheiro e é normal vermos os artistas nos Estados Unidos da América a abraçarem as causas partidárias.
“É uma acção que vamos encarar com normalidade na medida do tempo. Os músicos são profissionais e actuam para esse efeito [financeiro]. A nossa sociedade ainda não está preparada para estas acções”, esclarece o estudioso, exemplificando o mais recente caso de Eduardo Paim, depois de aparecer na abertura da campanha das eleições de Adalberto Costa Júnior na UNITA.
Paulo Brijonev chama atenção para a necessidade de tolerância para o processo de democratização da nossa sociedade. “Devemos aceitar quando há ou não manifestações de apoios ao nosso candidato. Eduardo Paim é um ícone da música angolana e é lamentável o que tenha acontecido”, rematou.