Recebemos com profunda tristeza a notícia do falecimento prematuro de Manuel Arnaldo de Sousa Calado, um homem cuja passagem pela vida deixou marcas sólidas e memoráveis.
Presidente (era assim como eu o tratava) Calado ao longo do seu percurso, distinguiu-se não apenas como Presidente da empresa estatal de diamantes, mas sobretudo como um verdadeiro mecenas e promotor da cultura angolana. Ainda menino, deu os primeiros passos na música tocando congas, e já na maturidade, soube transformar a sua posição de liderança em oportunidades para muitos artistas. Sob a sua visão e apoio, inúmeros projetos culturais ganharam vida e vários criadores puderam afirmar-se dentro e fora de Angola.
Tive a honra de com ele trabalhar em diferentes frentes. Fui Secretário-Geral quando presidiu a União Nacional dos Artistas e Compositores – UNAC -, onde a sua dedicação ao trabalho coletivo e à valorização da classe artística se tornaram evidentes. Mais tarde,voltamos a juntar sinergias para a refundação da Câmara de Comércio Angola-China, onde, como Diretor Executivo, pude testemunhar mais uma vez a sua capacidade de unir pessoas, criar pontes e fazer prevalecer o espírito de equipa.
Como profissional, o Presidente Calado destacou-se pela competência, pela liderança equilibrada e pela generosidade. Como homem de cultura, pela sensibilidade e pelo compromisso de colocar a arte e os artistas no centro da vida nacional. E como ser humano, pela humildade e pela constante disponibilidade para servir.
A sua partida deixa-nos um vazio difícil de preencher. Mas o seu legado continuará a inspirar-nos: na cultura que apoiou, nos artistas que ajudou, e no exemplo de dedicação que nos legou.
Descansa em paz, Dr Calado. A tua memória permanecerá viva entre nós!
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Compositor e instrumentista, exímio guitarrista do lendário agrupamento musical Kissanguela.