Meus companheiros, saudações.
Enquanto não entendermos que a cultura de um povo é a balança do equilíbrio para o pensamento colectivo, vamos continuar a formar meros economistas, juristas e sociólogos aculturados que servem simplesmente para bater palmas aos acordos orientados, assumir cadeiras parlamentares e alcançar posições decisivas na governação de um povo empurrando-o para a miséria por falta de cultura como conhecimento básico.
É por isso que em África quem dirige seus governos, não são “LÍDERES” deste povo, pois, não conhecem o povo… não conhecem o Culto do povo que governam. Não olham para a cultura como um elemento determinante de medida emocional, psicológica e espiritual ligada a história e consequentemente à gestão económica e administrava para uma distribuição de impacto na vida das famílias.
A China e a Rússia assumem a sua cultura, por isso, sabem o que fazem.
Se olharmos para a história e cultura da Rússia e China, vamos encontrar, logo após o final da primeira guerra mundial, o investimento feito pelos Soviéticos para estruturação da China como república.
A Inglaterra comanda os Reinos Unidos num sistema administrativo semelhante ao do Império Lunda onde, por exemplo, o Tchokwe, Luvale, Bunda, Nganguela e todas as demais soberanias do Império que se estende até algumas partes da actual RDC, Zâmbia, Botswana, Namíbia, Moçambique, Malawi, sendo primos entre si, podem ser comparados com o sistema de dinastias dos Reinos Unidos.
Trata-se de uma gestão cultural que define a política governativa, gestão administrativa para a diplomacia mundial em benefício dos seus cidadãos.
De volta ao nosso continente, propriamente em Angola, o Estado Angolano não olha para a Zâmbia e outros países que aqui mencionei e outros que não mencionei, com o pendor de dinastias para parcerias políticas, técnicas e económicas, pois, os que alcançam os lugares de direcção para decisão, são escolhidos a dedo e uma das condições base é: quanto menos saber de cultura e mais saber de políticas ocidentais!
Conclusão
Os que chamamos líderes em África pós-colonial, com poucas excepções, não são líderes. São capatazes destes sistemas Ocidentais e Orientais. Estes sistemas depositam no mesmo Banco e, quando abrem um novo banco, como por exemplo, o dos BRICS ou os famosos empréstimos chineses, o movimento financeiro dos bancos anteriores são rotas inapagáveis e, portanto, propriedade destes bancos.
Sendo a informação um produto privilegiado e caro no mercado político e de inteligência financeira, ele é utilizado como moeda de novas parcerias com os “NOVOS BANCOS”.
Resumo
O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, vão ser, e até já são, parceiros permanentes do banco dos BRICS. A recolha de receitas dos “abusos económicos” em África passarão sempre por esta parceria invisível. Apenas mudou o colector de recursos que é, neste caso, os BRICS (CHINA e RUSSIA como as principais potências).
Não me falem da África do Sul, que por lá até o movimento liderado por Nelson Mandela, o ANC, já foi “comprado” pelas linhas de crédito Australiana, tal como outros movimentos de libertação da região da SADC.
Não me falem da SADC/UA, até os programas e suas infraestruturas são construídos e financiados por políticas económicas ocidentais e orientais.
Como que não conseguimos alcançar os acordos de paz entre irmãos do RDC e RUANDA tendo Angola na mediação, até entrarem os ingleses na capa de Ronald Trump? Que falta de CULTURA é esta?
MEUS IRMÃOS AFRICANOS, temos que primeiro, devolver os poderes aos líderes africanos para se abrirem os caminhos da riqueza às mãos do povo de África.
Os líderes africanos dominam a cultura e espiritualidade dos seus povos, tal como os líderes Ocidentais e Orientais dominam a cultura dos seus povos e, por isso, a riqueza das suas legítimas incursões políticas e económicas no Planeta Terra, com África no centro, têm levado a riqueza aos seus Estados.
A Diferença
No Ocidente e no Oriente quem decide são líderes solidificados por instituições culturais que governam a política do Estado para o seu povo.
Em África, são “CAPATAZES” que governam sem qualquer estrutura política assente ao poder cultural do povo.
ESTA TERÁ DE SER A PRIMEIRA CORRECÇÃO!
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Nascido, no Luena, aos 16 de Agosto de 1967, António José Augusto, “Tony N’guxi”, é um activista socio-cultural africano e exerceu as funções de Director Provincial da Cultura do Moxico, chefe do Departamento Provincial da Cultura, Artes e Património Histórico do Moxico, foi presidente da UNAC-SA Moxico e Coordenador Regional Leste da UNAC-SA, ex-director do projecto cultural de investigação científica “HANOHENE”, do Governo Provincial do Moxico.


































