Estas declarações foram proferida nesta terça-feira, 21, pelo escritor e docente universitário António Quino, durante a palestra sobre “A Obra de Agostinho Neto e o Paradigma da Literatura Revolucionária”, ocorrida no auditório Agostinho Mendes de Carvalho, no Arquivo Nacional de Angola, em Luanda.
De acordo com o professor, que abordou o percurso histórico do considerado fundador da Nação, existem dois aspectos fundamentais que definiram o trabalho existencial de Agostinho Neto. “A criação de um paradigma cultural literário e poético”, onde traz um texto poético baseado no compromisso que assumiu como humanista, político e nacionalista, e “A Perspectiva da Revolução”, que é um fundamento muito importante na própria história da obra poética de Man N’guxi.
Durante a sua abordagem, António Quino frisou também que desde muito cedo, Agostinho Neto criou, em companhia de outros nacionalistas, um grupo de intelectuais com o objectivo de ensinar os demais a ler e escrever.
“Este motivo levou Agostinho Neto a ser um dos principais alvo dos colonialistas portugueses no período colonial, que a todo custo criaram grandes dificuldades na vida política e cultural do herói nacional, que teve a literatura e seus ideias como a principal ferramenta para combater a opressão colonial”, explicou o professor universitário, sustentando ainda que os colonialistas portugueses tinham a população do Mutembo como negros inteligentes que estavam a organizar a revolução em Angola.
Segundo o palestrante, são os habitantes de Mutembo que deram origem a nome de várias famílias angolanas como a de Agostinho Neto, Vieira Dias, Fragatas de Morais, Mendes de Carvalho, Van-Dúnem entre outras.
Para tentar evitar a revolução, acrescenta, o povo da localidade do Mutembo teve de se refugiar em outras localidades em vários pontos de Luanda, Funda, Mazuzo e Kalumbo, porque os portugueses criaram problemas àquela população.
De acordo com o escritor, citado pelo Jornal de Angola, o Fundador da Nação criou “um paradigma revolucionário no ponto de vista estético, a ideia de desconstruir o processo literário, construído pelo regime colonial português, apegavam-se ao aspecto cultural para mentalizar a inferioridade da população sobre o homem branco”.
António Quino referiu igualmente que com a sua visão revolucionária o “Poeta Maior” provou o início do engajamento dos angolanos nos aspectos culturais, uma vez que a sua poesia serviu sempre como uma espécie de luz para a liberdade.
Uma verdade desconhecida por mim sobre os povos dos Mutembos que deram origem a nomes das famílias angolanas mais “famosas”.
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