A qualidade das obras, à sua acção e influência para a sociedade angolana foram esta segunda-feira, 31, indicadas como condições à atribuição do Prémio Nacional de Cultura e Artes a título póstumo ao escritor, médico e antigo Presidente da República, António Agostinho Neto.
O anúncio, que contemplou igualmente o artistas plástico Fernando Alvim, o historiador Jean-Michel Mabeko Tali, o cantor Mário Rui Silva, o dramaturgo Armando Rosa, o Colectivo Geração 80 e a Companhia de Dança Contemporânea da Zap, ocorreu numa das salas de reuniões do Ministério da Cultura e Turismo, no Talatona, em Luanda.
O anúncio foi feito, ontem, numa das salas de reuniões do Ministério da Cultura e Turismo, no Talatona, em Luanda, pela presidente do júri do Prémio Nacional de Cultura e Artes 2022, Maria José Faria Ramos, coadjuvada pelo director Nacional da Cultura, Euclides da Lomba, para quem os vencedores mereceram tal honra, devido à qualidade das obras, à sua acção e influência para a sociedade.
Os criadores angolanos distinguidos pelo trabalho feito em prol das artes e da cultura nacional ao longo dos anos, recebem os prémios numa cerimónia oficial, a ser realizada no dia 10 deste mês, às 19h00, no Hotel Epic Sana, em Luanda.
De acordo com o júri, citado pelo Jornal de Angola, o poeta António Agostinho Neto merece a distinção no ano da comemoração do seu centenário de nascimento pela transversalidade e valor multifacetado da sua obra e pensamento, pelo modo como se abre às problemáticas das culturas em Angola, das línguas nacionais, à filosofia africana, à questão da mulher e o seu entrelaçamento com as outras disciplinas artísticas, tais como a música, a dança, o cinema, o teatro e a literatura universal.
“A transversalidade da obra de António Agostinho Neto confere aos seus poemas a possibilidade de serem explorados não só como textos de conteúdo político, a partir do princípio lógico digital da escrita”, reforça o júri, sustentando também que permite considerar as palavras e frases aí contidas como eventos que engatilham ritmos e oralidades como células cromáticas, sonoras, visuais e gestuais que dão movimento e circularidade aos escritos poéticos como matéria artística.