Angola apela justiça social e económica na Espanha

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A Embaixada de Angola em Espanha assinalou, na sexta-feira, 1, o “Dia da Mulher Africana” com um evento especial inserido nas comemorações dos 50 anos da Independência do país, sob o lema “Avanços na Justiça Social e Económica para as Mulheres Africanas através das Reparações”.

A celebração, que marcou igualmente os 63 anos da Conferência das Mulheres Africanas realizada em 1962, na Tanzânia, marco histórico na luta pelo empoderamento feminino no continente.

Durante a sua intervenção, a embaixadora Balbina Dias da Silva destacou a urgência de reconhecer e reparar as injustiças históricas causadas pelo colonialismo e pela escravatura, que ainda afectam desproporcionalmente as mulheres africanas.

Segundo a diplomata, essas reparações “devem ser justas, transformadoras e capazes de eliminar desigualdades estruturais”, devolvendo à mulher africana um papel central no desenvolvimento das sociedades africanas.

Balbina Dias da Silva defendeu ainda que a educação das mulheres africanas deve ser vista como forma concreta de reparação, com impacto geracional.

Apelou ainda à adopção de uma agenda política que vá além da compensação económica, promovendo reformas estruturais e a eliminação de barreiras como casamentos infantis, a violência de género, a falta de acesso a financiamento e a formação profissional.

O evento contou com as mensagens da presidente da Organização Pan-Africana das Mulheres, Eunice Iipinge, e do presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf, que reforçaram o apelo por igualdade, dignidade e oportunidades para as mulheres africanas.

A embaixadora de Marrocos, Karima Benyaich, destacou ainda os progressos na representação feminina, mas alertou para os desafios ainda presentes no acesso à educação e ao financiamento.

A programação incluiu momentos culturais com poesia, batuque e a conferência central do evento, proferida por Nicole Ndongala, que reuniu vozes africanas e da diáspora numa reflexão profunda sobre “as violações históricas e sistémicas enfrentadas pelas mulheres negras”, e a “necessidade de políticas de reparação urgentes e inclusivas”.

A jornada encerrou-se com uma noite cultural que celebrou a diversidade africana, com danças tradicionais como o Semba e a Kizomba, além de desfiles de trajes típicos de vários países africanos, num ambiente de celebração, resistência e esperança num futuro de justiça e igualdade para a mulher africana.

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