Um número considerável de luandenses e turistas que se encontram em Luanda acolherem a chamada da Africell Luanda Feira de Artes, ocorrida nos dias 20 e 21 no Palácio de Ferro, em Luanda. O responsável do evento, Dominick Maia Tenner, considerou o evento uma oportunidade de valorizar os artistas e as suas obras.
A reportagem do Marimba Selutu percorreu todas as galerias e as salas de debate para testemunhar a forma como os cidadãos, os estrangeiros, os artistas e os amantes de arte acorreram para apreciar a beleza e o valor dos trabalhos artísticos expostos nesta primeira edição.
A moradora da Ilha de Luanda, Marta Paulo, afirmou que tomou conhecimento do evento pelas redes sociais e apareceu com o foco nas obras dos artistas angolanos. “É fundamental começarmos a compreender mais sobre as artes do nosso país, pois é assim que defendemos melhor a nossa cultura,” reforçou.
Quem também não deixou de apreciar a beleza e o valor das obras expostas no Palácio de Ferro é a dupla Gizela & Verónica, duas amigas que vivem na zona da Multiperfil e apreciaram as cinco galerias.
“Não é fácil sair da nossa zona para vir aqui. Mas, amamos muito as artes e não podíamos deixar passar um evento desta dimensão. Por isso, estamos aqui e investimos na deslocação para brindar as nossas mentes com o belo”, defendeu Gizela.
Para a Verónica, o que mais chamou à sua atenção foram as obras da artista angolana Daniela Ribeiro, que usa materiais eletrónicos para expressar a sua arte. “Quando visitei aquela galeria [Sky Gallery Espaço D’Arte] deparei-me com quadros super criativos e com uma beleza extraordinária”, sustentou.
Por sua vez, o artista plástico e grafiteiro, Sbi, foi desafiado a pintar ao vivo e durante o evento, uma arte do principal patrocinador do evento, a empresa de telefonia móvel Africell.
Quem também percorreu longas distâncias para o Palácio de Ferro é a jovem estudante Djamila Hungo, que frequenta o último ano no CEARTE 911 (Complexo das Escolas de Arte), no Benfica, em Luanda.
A mesma falou à nossa reportagem que, a Africell Luanda Feira de Arte despertou a sua atenção e foi para colher mais experiência com as obras que iria visitar. “Não conheço nenhum artista que está expor, mas estou curiosa em saber mais sobre os seus trabalhos e aprender”, disse.
ARTISTAS FALAM DAS SUAS OBRAS
Lord Cave é um artista plástico e professor de artes que representou a galeria Tamar Golan, da Fundação Arte e Cultura, com duas obras inéditas.
“É a primeira edição deste evento. Não esperava isso, pois é uma grande honra participar com outros artistas espectaculares”, disse Cave, sustentando ter notado uma excelente receptividade das obras dos artistas por parte do público.
Para o artista Wilson Bela, que representou com quatro obras que espelham a realidade social dos angolanos. “Aqui em Angola é a primeira vez, mas já estive no exterior”, revelou o artista.
Dominick Maia Tanner, o foco da feira é a promoção do turismo cultural em Angola mediante a formalização do trabalho dos artistas plásticos e o incentivo ao consumo das obras feitas no país.
Com o tema principal “De Angola para o Mundo”, o evento cultural apresentou e mostrou a qualidade das obras de cerca de 100 artistas angolanos, uma amostra individual, arte ao vivo e um programa de conversas com temas diversos sobre “Os desafios das galerias em Angola”, “Necessidades de um Museu de Arte”, “Formalização do trabalho artístico para a Economia Nacional”, “O Feminino na Arte em Angola” e outros temas que serão abordados por mais de 40 moderadores, colecionadores, curadores, críticos e jornalistas angolanos.
Além de artistas, palestrantes, turistas, académicos, escritores e estudantes de arte e não só, estiveram presentes representantes da Africell, membros da organização da Feira, artistas e obras das galerias The Art Affairs, ELA-Espaço Luanda Arte, Sky Gallery Espaço D’Arte, Tamar Golan e This Is Not A White Cube.