No dia 17 de Setembro, assisti, pela primeira vez, ao concerto que visou homenagear o lançamento do disco “Kianda Ke Anda”, do mestre Filipe Mukenga, lançado há 27 anos.
O concerto foi um dos melhores que vi nos últimos três anos. Aconteceu no Palácio de Ferro, local icónico da música angolana, organizado pelo Ministério da Cultura, Ambiente e Turismo.
Acompanhado por um misto de instrumentistas talentosos como o Nino Jazz, Mário Gomes e Dalú Roger, Filipe Mukenga esteve simplesmente soberbo.
Foi uma noite digna de um dos poucos nomes da música angolana que poderia ter feito uma carreira internacional.
O facto de Mukenga, 72 anos, não ter uma dimensão internacional à altura da qualidade da sua obra, deveria ser motivo de estudo. É algo absolutamente incompreensível.
Contudo, no dia 17 de Setembro, no calor da emoção proporcionado pela qualidade da exibição, não pude deixar de recordar a Terceira Trienal de Luanda, o mais inclusivo e abrangente movimento cultural que conheci.
Semana sim, semana não, os espectáculos como os deste dia 17, aconteciam sistematicamente no Palácio de Ferro, sob a batuta do Fernando Alvim Faria, um produtor cultural de referência.
Ontem, dia 17, vi um Mukenga a cantar como nunca. Infelizmente o concerto não foi filmado, não houve transmissão televisiva ou no YouTube.