O pesquisador cultural de música ancestral pensa que tornar este género como Património Imaterial da Humanidade, distinção feita pela Unesco, é uma mais-valia, mas alerta que o Ministério da Cultura (MINCULT) deve prestar maior atenção aos fazedores deste género e perceber que há outros estilos mais relevantes.
O vocalista do grupo Nguami Maka, Jorge Mulumba, que se tem preocupado com a defesa e divulgação da Música Ancestral Bantu, criticou, em entrevista exclusiva ao Portal Marimba Selutu, a actuação do Ministério da Cultura em relação ao tratamento que tem dado aos fazedores do género, já que esta Instituição tenciona tornar o Semba em Património Imaterial da Humanidade.
Sobre esta intenção, o artista que também é instrumentista e vocalista da sua banda, referiu que seria uma mais-valia, se os artistas estivessem organizados. “Nós [os artistas] não estamos organizados e isso é mais que uma realidade no Ministério da Cultura, porque nunca sentiu ou interessou-se pelo Semba”, criticou, argumentando que nos últimos anos, ainda no tempo da ex-ministra, Rosa Cruz e Silva, morreram muitos artistas e uma boa parte deles eram sembistas.
Assim, o vocalista do Nguami Maka considerou que esses músicos “morreram mendigos” por nunca houver políticas para a defesa dos mesmos, por parte do MINCULT”. “Foi um autêntico assassinato à Cultura.”, acusou Mulumba, justificando que os artistas angolanos não são valorizados pelo Ministério e que este “está a brincar com coisas sérias”.
A produção do Semba morreu, sustenta o também substituto de Kituxi, que presume existir uma intenção de se matar este género. “Ninguém diz nada! Ainda acho que a Tchianda tem mais força que o Semba, porque nos países vizinhos como o Congo, Gabão, Zâmbia e Namíbia toca-se e dança-se este género das Lundas.”, observou, criticando que o MINCUT está a fingir que tudo anda bem.