Estas considerações foram feitas recentemente pelo jornalista e director da Rádio Bié, num artigo publicado nas suas redes sociais. A sua experiência de jornalista de guerra deram-lhe conteúdo para afirmar que a cultura sempre foi uma poderosa ferramenta de resistência, união e esperança.
De acordo com o jornalista, a história de Adão Filipe, ex-director da Radio Kwanza Sul e Benguela da RNA, se destaca como um símbolo de coragem e compromisso com a arte, radiodifusão, mesmo diante das adversidades mais severas.
“Em tempos de guerra, sua força se multiplica, pois carrega consigo não apenas o alívio das dores do combate, mas também a lembrança da identidade e dos valores de um povo”, lê-se no artigo assinado por Jonas Albino, que reforça a qualidade de Adão Filipe não apenas como um promotor cultural, mas como um verdadeiro embaixador da cultura angolana em momentos de conflito.
O também docente universitário explicou que ao longo do período de conflito armado, o promotor cultural Adão Filipe teve a ousadia e o talento de levar artistas para animar os militares, garantindo que, mesmo diante dos sons das armas, a música, a dança e até a arte continuassem a ecoar.
“Sua missão transcendia o entretenimento – era uma forma de fortalecer o ânimo dos combatentes e reafirmar a identidade nacional”, reforçou, acrescentando que um dos trabalhos relevantes na época foi no Cuemba, palco de grandes manifestações culturais diante dos teatros militares.

O articulista considerou igualmente que numa fase em que o conflito armado tentava silenciar a esperança, o activista cultural mobilizava artistas para acompanhar e levar o alento aos soldados e às comunidades afectadas.
“Cada apresentação, cada melodia entoada, cada palavra recitada era um acto de resistência, provando que a cultura pode ser uma arma tão poderosa quanto qualquer Akm”, reforçou.
OS TEMPOS ACTUAIS
No entendimento do académico, o legado de Adão Filipe não se restringe ao passado. Seu exemplo, explica, serve como inspirar a nova geração de artistas, promotores culturais e cidadãos que acreditam no poder transformador da arte e do bem fazer rádio.
“O seu nome merece ser lembrado, celebrado e registrado na história de Angola como um dos grandes impulsionadores da cultura em tempos difíceis”, rematou Jonas Albino, reforçando que a sua trajetória seja um lembrete de que, mesmo diante das circunstâncias mais sombrias, a arte e a cultura continuarão a iluminar os caminhos da humanidade.
PERFIL DO JORNALISTA
Registado sob o nome Jonas Albino Chicomo, o jornalista e autor de livros foi chefe de secção de Línguas Nacionais na Emissora Provincial da Rádio Nacional de Angola no Bié, chefe sector de informação, chefe de produção e detém uma vasta experiência em reportagens devido as coberturas na época dos conflitos armados, no Bié.
Participação directamente da cobertura jornalistica da retomada do Andulo, Nharea, junto as figuras de Simione, Eugénio Figueredo, Comandante Diniz, Amute, Cataleco e outros.
A sua forme de proteger as fontes, empatia e competências do trabalho dera-lhe uma vantagem para conseguir informações privilegiadas das altas patentes da FAA e da Polícia Nacional, o que reforçava na qualidade dos da descrição da situação operativa e político-militar no contexto.
Trabalhou directamente com o renomado jornalista Abel Abraão, Aniceto dos Santos, Francisco Fanny e outros, tendo se destacado nas antenas da Rádio Nacional de Angola.
Além de ser inspiração para outros jovens que desligam as redacções, tem emprestado o seu talento na Educação como professor universitário na Universidade Internacional do Kwanza desde a sua abertura, tendo leccionado igualmente no instituto Superior Politécnico afecto a Universidade José Eduardo dos Santos.