O músico angolano radicado em Portugal considerou nesta quinta-feira, 11, o dia da Independência Nacional como um momento de reflexão para se perceber o que é ser angolano nos dias de hoje. O artista reconheceu que não iria cair no fingimento por não ver motivos para celebrar a Dipanda.
“Primeiro vou cair na reflexão, perceber o que é afinal ser angolano nos dias de hoje. Como é possível ser feliz sem me impressionar com a miséria do meu irmão?”, questionou o artista considerado um dos cimeiros da música moderna angolana, acrescentando ser “preciso não nos esquecermos de que NINGUÉM pode ser alguma coisa sozinho”.
Usando as suas redes sociais, Don Kikas afirmou ainda que a esperança continua “maribunda” numa luta que qualificou como “safa-se quem puder”. “A Angola que nós sonhamos, a Angola que nós cantamos e levamos para todo o lado onde chegamos e somos antes de tudo angolanos. Desta vez não vou cair na birra para esquecer as malambas da vida e fingir que tenho muitas razões para celebrar”, frisou compositor, sustentado que o angolano não podem esquecer que faz parte de um povo, uma família.
Acrescenta que “esta família vai continuar aqui, a subsistir, mesmo depois de cada um de nós desaparecer”.
Sobre a forma de contribuição para ser lembrado pelas próximas gerações, Don Kikas afirmou que a única coisa que as pessoas desta geração deixarão será o legado, através da lembrança do que cada um fez não só por si, mas sobretudo, em prol dos seus [compatriotas]. “Pensemos mais uns nos outros com respeito, empatia e solidariedade.”, referiu o autor de músicas intemporáveis como “Angolanamente Sensual”, “Esperança Moribunda”, “Sexta-feira”, considerando os pressupostos para se atingir a união e a força que transformaria o país como uma grande nação.