Estas palavras foram proferidas esta quinta-feira, 29, pelo músico e compositor angolano Jaime MC, em Luanda. O artista apoia o protesto do dia 31, convocada pelo seu colega, o músico e activista Gangsta.
Em entrevista exclusiva ao Marimba Selutu, o artista revelou que os desafios actuais que se vive no país, remetem os cidadãos a tentarem várias técnicas e métodos de lutas não violentas.
“A manifestação do dia 31 enquadra-se naquilo que o professor norte-americano Gene Sharp chamou de desafio político ou desobediência civil, bem como luta democrática não violenta para derrubar o ditador”, referiu Jaime MC, esclarecendo que as ditaduras são mantidas por cada um dos cidadãos.
O também defensor dos direitos humanos fez saber que é na base de uma roptura ou boicote que impedirá o normal funcionamento da “máquina” que sustenta a tirania angolana.
“Nenhum governo é legítimo quando o seu povo lhe rejeita e, está rejeição, é medida mediante acções como greves, marchas, não cooperação e mais. Quem sair de casa demostrará que está do lado do ditador”, alertou o artista.
O artista felicita os colegas que se posicionaram a favor da manifestação estão de parabéns por perceberem a sua real missão e função social, considerando que não se pode olhar apenas para a venda dos discos.
“O músico é antes um cidadão e sofre de mãos dadas com o povo quando quem governa atropela os princípios democráticos, a Constituição e a lei. Se os outros músicos e “figuras publicadas” não se pronunciaram por medo de perderem os privilégios significa que o país de 75 para cá não deu passos nenhum no quesito das liberdades”, sustentou.
Jaime MC disse ainda que o MPLA continua a pressionar na tecla da intolerância e contra manifestação, usando artistas adormecidos com finalidade de anestesiar, robotizar e hipnotizar os cidadãos menos atentos.