O músico, humorista e escritor brasileiro Jô Soares, morreu nesta sexta-feira, 5, em São Paulo, Brasil, aos 84 anos, informou a sua ex-mulher Flávia Pedras, através de uma publicação na rede social Instagram.
“Faleceu há alguns minutos o actor, humorista, director e escritor Jô Soares. Nos deixou no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, cercado de amor e cuidados”, lê-se na mensagem, publicada há cerca de duas horas, citada pela imprensa brasileira.
José Eugénio Soares, conhecido por Jô Soares, nasceu a 17 de Janeiro de 1938, no Rio de Janeiro. Estreou-se no cinema e na televisão no final dos anos de 1950, como argumentista e actor, nomeadamente no Grande Teatro da TV-Tupi, atingindo sucesso maior cerca de dez anos depois quando chegou à TV Globo com o programa “Faça Humor Não Faça Guerra”, de que era actor e autor.
Segundo a Lusa, na última publicação na sua página oficial na rede Twitter, datada de quinta-feira, Jô Soares escreveu: “Não é necessário mostrar beleza aos cegos, nem dizer verdade aos surdos. Mas não minta para quem te escuta e nem decepcione os olhos de quem te admira.”
CARREIRA
Filho do empresário Orlando Soares, do Rio de Janeiro, Jô Soares estudou na Europa, a partir dos 16 anos, com o objectivo de seguir a carreira diplomática.
Aos 20 anos, porém, de regresso ao Brasil, é seduzido pelo cinema, aceitando um papel no filme “O Homem do Sputnik”, de Carlos Manga, onde o talento é reconhecido e lhe abre as primeiras portas da televisão e dos palcos.
No final da década de 1950, a biografia oficial coloca-o em canais como TV Rio, TV Continental e TV Tupi, para os quais também escrevia, ao mesmo tempo que se estreia nos palcos, e trabalha ao lado de actores como Paulo Autran e Tônia Carreiro, já consagrados.
Durante os anos de 1960, manteve-se na TV Record, chegando à Rede Globo, em 1968, onde se estreou com “Faça Humor Não Faça Guerra”.
O sucesso maior aconteceu em 1981, quando estreou “Viva o Gordo”, que se manteve nos ecrãs durante seis temporadas.
Seguiu-se “Veja o Gordo”, desta vez no canal SBT, onde completou 17 anos de emissões.
Ainda nos anos de 1980, Jô Soares optou por um modelo de ‘talk show’ mais próximo do norte-americano, intercalando convidados, entrevistas, ‘sketches’ e música. Surgiu assim “Jô Soares Onze e Meia”, ainda na SBT, o que deu origem, mais tarde, a “O Programa do Jô”, de novo na Globo, que chegou a Portugal através do canal por cabo GNT.
Como escritor de ficção, assinou títulos como “O Xangô de Baker Street”, “O Homem Que Matou Getúlio Vargas” e “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras”, obras editadas em Portugal pela Presença.