Nebulosa Celestial: a canoa que anima o gospel angolano

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Passado 22 anos desde a fundação do projecto que visa pregar a Palavra de Deus por intermédio da música sacra, o grupo teve de gravar o primeiro trabalho discográfico em Luanda, no Brasil, Estados Unidos e Rússia.

Inspirados na filosofia de pregar o evangelho em todas as nações, 14 jovens entregaram os seus sonhos e projectos à música gospel desde o ano de 1996.

No meio de muitos altos e baixos para permanecer no mercado cultural e religioso, grupo Nebulosa celestial pertence à Igreja Adventista do Sétimo Dia e tem como objectivo principal pregar à palavra de Cristo por intermédio da música.

Fundado aos 12 de Outubro de 1996, este grupo gospel é formado por Mateus Matamba Ernesto, porta-voz; Mimi Silva, directora executiva; Jaime Chacale, director musical; Sandra José, responsável da vestimenta; Mara Chacale, responsável da logística; Carlos Caringue; Sandra Dala; Edson Galã; Enivaldo Tiago; Geovânia Macosa e Inácia Adelaide e outros.

De 2013 até ao presente momento, o grupo gospel possui uma recreação que ajudou a concretizar o seu projecto, que é o disco.

O pensamento para se gravar um disco, surgiu numa altura em que os seus elementos sentiram-se que já estão preparados para atingir este desiderato.

“Acredito que se tivéssemos gravado esse disco antes, possivelmente não teríamos a qualidade e o peso que temos hoje”, sublinhou o porta-voz.

O PROJECTO

A pesar de na altura ter uma carreira de duas décadas, o projecto começou em 2013, momento em que o grupo comemorava 20 anos de existência. Assim, os membros trabalharam o disco durante 5 anos, tendo começado a sua gravação em 2016. “Começamos a agravar no Letras e Sons, depois fomos recebidos no estúdio da Rádio Nacional, onde terminamos a captação todas.”, explicou Mateus Matamba, o qual realçou que o projecto começou em Luanda, passando por Brasil, Estados Unido da América e terminou na Rússia.

A gravação nestes países, foi por causa da inclusão de alguns instrumentos e de uma orquestra de São Petersburgo, da Rússia, que trabalhou com a Nebulosa Celestial. E para levar o processo todo à orquestra, tiveram de escrever a ideia do projecto e manda-lhas para serem finalizadas lá.

Quanto ao apoio financeiro, o grupo não teve, por isso contou com ajuda das novas tecnologias que permitiu que uma parte do projecto fosse feito em Angola e disco conta com 20 faixas musicais.

A princípio, quando se começou a a gravação das músicas, algumas delas não tinham sido planificadas para fazer parte do disco. Porém, sempre que participavam num programa musical, havia músicas cujas solicitações eram muito frequentes. Por isso, decidiram incluir estas músicas, que perfazeram 20, em homenagem ao 20º aniversário do grupo.

DIFICULDADES

Em pleno tempo de crise, o responsável salientou que tiveram muitas dificuldades, mas com ajuda de Deus e com as possibilidades financeira de alguns integrantes, conseguiram custear o CD. “Para gravarmos com a orquestra de São Petersburgo, não foi fácil. E reunir trinta músicos para fazerem aquele trabalho todo, não é pouca coisa. Então, tivemos mesmo que nos desdobrar, apertar um pouco os cintos e conseguimos trazer o trabalho até aqui.”, elucidou o músico, acrescentando que utilizaram o umbundu e o kikongo na composição das músicas.

Mateus Matamba Ernesto – Porta-voz dos Nebulosa Celestial. Foto: FG

Mateus Matamba disse igualmente que o objectivo do grupo, na feitura do disco, não foi com fins lucrativo, pois julga que se tentassem contabilizar o que foi gasto com o disco e a sua produção, o valor do último não chegaria a metade do primeiro.

“A nossa finalidade não é exactamente tentar explorar aquilo que a gente investiu, mas o nosso propósito é que cada uma pessoa que nos tem acompanhado durante esse tempo todo, tenha acesso ao disco.”, explicou, afirmando que até poderiam vender o álbum a mil e 500 ou 2 mil kwanzas, tendo em conta o número de música, mas pensa que mil kwanzas permitem que todos os fãs possam comprar o disco.

CANOA

Quanto à produção, foi feita de Chacale Music para Sete Beat e que este último é responsável pela promoção e os arranjos, em termo de espectáculo.

“Fizemos apresentação do disco no dia 27 de Dezembro, na Mediateca de Luanda, onde fizemos a venda digital e não propriamente físico.”, esclareceu, reforçando que decidiram atribuir o nome “Canoa” ao disco por ser o título de uma das músicas, para além do conteúdo que ela traz.

Por outro lado, esta foi a música mais solicitada quando fossem convidados para participar numa actividade, quando o grupo começou. “Foi um pouco difícil, porque no grupo, houve votação [da música]. Nós tínhamos dois títulos para dar ao álbum: ‘Velhas Histórias’ ou ‘Encontro.’”, recordou o porta-voz, salientando que depois de algum tempo o grupo reuniu e decidiram a atribuir o nome de “canoa”.

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