Regresso do Projecto Kulonga depende de 2 milhões de Kwanzas

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Na ânsia de transmitir os conhecimentos adquiridos sobre a música ancestral, o mentor deste projecto que funcionou há cinco anos, e se encontra parado por falta de apoios, garante que o regresso depende da ajuda de pessoas que amam a cultura, podendo beneficiar crianças que se encontram sem ocupação naquela zona.

A informação foi avançada nesta terça-feira, 19, pelo responsável do Projecto Kulonga, Jorge Mulumba, que fez referência de que na altura do arranque do projecto apenas trabalhavam com a música ancestral bantu, mas o surgimento de interessados que dominavam outras artes tornou a iniciativa numa companhia de artes com diferentes áreas.

O Projecto começou com música ancestral e depois começaram a surgir pessoas com outros tipos de arte que queriam dar o seu contributo; então começámos a expandir para que fóssemos uma companhia de artes, trabalhando com o teatro, a música e a dança”, frisou em exclusivo ao MARIMBA o também artista do grupo Kituxi, acrescentando que “o personagem Kimbito, que actua no canal Zap Viva é um exemplo de que nós formámos adolescentes que hoje estão visíveis por aí”.

Desde à sua fundação em 2010 até à data de encerramento por falta de condições financeiras, em 2015, o projecto trabalhou focadamente com as crianças do Bairro Ngola Mbandi, no Distrito Urbano do Rangel.

Aos sábados e domingos aquilo era invadido por crianças que iam jogar à bola. Como é cultura, ao invés de expulsar elas, nós as chamávamos e as deixávamos [compreender] que podiam entrar tranquilamente. Mais, por falta de patrocínios e demais apoios, tivemos mesmo de encerrar as portas”, revelou Mulumba, mentor igualmente do recente Festival de Música Ancestral Bantu – Muanba-2017, ocorrido nas instalações do Palácio de Ferro, em parceria com a Fundação Sindika Dokolo, sustentando que ele era a única pessoa que suportava a iniciativa para mais tarde levar os meninos a palcos nacionais e internacionais.

Com os seus recursos, conta, aproveitava adquirir indumentárias, instrumentos, batas e cadernos para motivar os meninos e os seus encarregados de educação, no sentido de que apostassem na formação cultural.

De acordo com Mulumba, cada aluno podia aprender várias modalidades como a dança, o teatro e a música. Mais tarde, aquele que gostasse da experiência, passaria ter uma das artes como disciplina principal para o seu aprendizado.

Os apoios de que precisávamos eram para incentivar os alunos nas despesas da escola, na compra de cadernos, lápis, livro, bata etc. Tínhamos um lema, segundo o qual todos deviam ser estudantes e se dedicar”, referiu, sustentando que “caso [as crianças admitidas] não fossem estudantes, tínhamos que ‘bater a cabeça’ para irem à escola e a direcção da escola Ngola Mbandi também apoiava nesta parte”.

Kulonga é uma palavra (um verbo) em kimbundu, que em português significa “ensinar”. Tinha espaço de ensaio na Escola Ngola Mbandi, cedido pela direcção da referida instituição escolar, como uma das formas de apoio ao projecto. Os ensaios ocorriam aos sábados e domingos, das 14 às 18 horas, com professores que não cobravam nada, pois trabalhavam por filantropia.

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