A pergunta de Adriano Mixinge aos partidos políticos – Fernando Guelengue

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Adriano Mixinge é um jornalista e escritor angolano. Foto: DR
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Não sei se é coincidência ou obra do destino, mas a verdade é que o escritor e curador angolano escreveu um célebre artigo no dia 24 de Agosto de 2021, no qual apresentou várias ideias sobre as eleições gerais de 2022, deixando uma pergunta que merece ser respondida pelos oito partidos políticos concorrentes.  

O autor é claro e vai direito ao ponto na abertura da sua narração, mas primeiro vou contar-lhes o que o mesmo defendeu as acções a serem levadas a cabo para o desenvolvimento artístico e cultural do país.

“O mais provável é que artistas, criadores, intelectuais e profissionais das artes e da cultura votem em função do partido político que tiver uma visão sobre as artes e sobre a cultura mais inovadora, ousada e atrevida possível, que corresponda melhor com a vida da sociedade e do cidadão de hoje, em Angola, na sua diáspora e, em geral, no mundo”, escreveu o também jornalista, sustentando que “em função de como os interesses nacionais  e como cada partido político os enuncie, e eles coincidam com as necessidades do cidadão, cada eleitor se reverá em determinada força política para, depois, em sã consciência decidir em quem votar.”

Citando os franceses, povo que conviveu com o autor durante época de diplomacia, Adriano Mixinge referiu que durante as eleições gerais, “tem de haver uma espécie de ‘romance de poder’, uma história pessoal, emocional e afectiva, que faça com que uma parte significativa do eleitorado se sinta, a priori, representada ou se identifique com uma força e um líder político em concreto, que com o seu carisma ou o seu à vontade façam antever um futuro promissor”.

Talvez agora, o leitor esteja a questionar-se da real pergunta que mereceu destaque deste artigo. E sem enrolar mais, vamos ao foco com a pergunta abaixo: Qual é a visão sobre as artes e  gestão cultural de cada partido político que vai concorrer às eleições gerais de 2022, em Angola?

Esta pergunta é parte do artista de Mixinge, intitulado “As eleições gerais de 2022 e a gestão das artes e da cultura.”

Numa semana tão corrida como esta, temos duas hipótese a apresentar, sendo que a primeira tem a ver com o já domínio dos programas culturais de cada força política concorrente às eleições por parte do autor da pergunta. A segunda e não menos importante prende-se com o facto de partidos políticos não estarem a falar dos programas culturais e sim a usar os artistas para as campanhas. Posso estar errado!

Tive a mesma curiosidade de Adriano Mixinge durante um longo tempo de 2021, altura em que por ironia deparei-me com uma cobertura em que o prelector era Adalberto Costa Júnior e tive a oportunidade de questionar sobre os desafios culturais da organização que dirige, olhando para a forma como se usam os artistas para a campanha eleitoral. Respondeu e pode ser lido aqui.

A criação de uma indústria cultural, ferramenta para o desenvolvimento do sector cultural de Angola, é uma das grandes realizações que daria a possibilidade dos artistas serem autónomos e carecer de uma inclinação política partidária para conseguir um espectáculo musical, conforme denúncia do músico Pedrito do Bié, no último final de semana.

Todos queremos uma classe artística normal, onde os fazedores das artes tenham recursos provenientes do seu trabalho e visibilidade resultante do seu talento. Isso ajudaria a vender mais o nome e a bandeira de Angola, contribuindo para atracção de turistas que melhoraria a economia do país.

Com RESILIÊNCIA&FÉ.

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