Reencontros requintados tem sido uma saga com os companheiros de armas das lides castrenses, mas desta vez o destino reuniu-me a dois kambas do peito, o “Molar que Deus Fez” ou simplesmente Larilson e o Justo Cunha.
Desta vez, o palco foi o Restaurante Lulus, espaço adjacente ao salão de festas onde se passou o casamento do meu puto Miguel, de que vos contei no texto “Danças e Reflexões Soltas Na Urbanização Nova Vida”, publicado no meu primeiro livro, publicado pela Okusima Editora, em 2023. Aí assistimos ao jogo Angola versus Namíbia em que vencemos por três bolas a zero, vitória que serviu como presente para o mais alto Magistrado da Nação, segundo a então Ministra dos Desportos, na altura.
Foi muito bom estar com ambos amigos. Um deles trajado com a camisola da nossa selecção nacional e o outro coberto com a nossa linda bandeira nacional.
Enquanto o Larilson mantinha o seu estilo rigoroso com as coisas, e até teve que dar uma aula não planificada à garçonete do restaurante, devido a sua falta de profissionalismo no atendimento, o amigo Justo, de assinalar que faz jus ao seu próprio nome, porque ele é mesmo Justo. Transformou-se num treinador de bancadas, montou o seu plantel, bem como, os seus suplentes.
A conversa fluía acompanhada, como sempre, dos comes e bebes. Combinamos que eu receberia o Justo na semana do feriado prolongado relativo às festividades do Carnaval, na Vila da Matala e assim aconteceu.
Com o Larilson, a par de outros assuntos, reflectimos a cerca da chamada “externalidades positivas”, e transportando o mesmo conceito para a vida prática, ficamos pasmado como um amigo pode ter a coragem de invejar o outro que está a subir na vida, atirando-o a famosa “tala”, mina tradicional, ao invés de aproveitar as externalidades positivas que o mesmo pode-lhe proporcionar?
Eu, por exemplo, sempre que vou à Luanda, hospedo-me na casa do Larilson, gastando água do seu chuveiro, suas comida e bebida, usando o seu carro, etc., que até em casa de família de sangue talvez não teria tudo isso. E mais, sempre que ele viaje para o exterior traz um artigo para mim, um presente se preferirem. O último, para que vos conste foi um sapa ténis original trazido da Espanha.
O combinado acima, começou na paragem do Mutundo, no Lubango quando o meu amigo Justo pegou-me com a sua viatura e em companhia de sua querida esposa. “Rasgamos” a estrada até à Vila da Matala. Chegados aí apresentei-lhes a mesma, desde a Barragem da Matala até aos outros pontos do município. Almoçamos no Restaurante Vanjul, isto é, na Matala, “fotamo-nos” bastante, suportamos uma ligeira chuva e, ao fim de tudo, regressamos à Lubango (cidade do Cristo Rei) por onde mostrei-lhes a Centralidade da Quilemba.
Estar com os amigos acima descritos, um “gajo” não vê a hora a passar. Conversa-se sobre vários assuntos e o melhor de tudo é que sempre há um aprendizado mútuo. Ter-vos como amigo é a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa, acreditem enquanto ainda não estamos no mês de Abril ou enquanto ainda não subiram de cargo, para não soar bajulação.
Como diz o Pepetela em Mayombe, “é bom conversar. Esse é dos tais problemas que pode destruir um indivíduo, se ele o guarda para si”.
Para uma boa compreensão destas linhas que estão a ser ditas, convido os caros leitores e amigos a lerem a obra de um compatriota angolano intitulado “AMIZADE – o olhar para além de si mesmo”, de Gelson Dinis, um sacerdote católico, recentemente apresentada ao público angolano.
“Na amizade o homem percebe que a união com o outro é uma forma nobre de enriquecimento e não de anulação da própria identidade”. Lê-se na contracapa do livro acima proposto.
Kambas, hoje não vou escrever muito, vou preferir cantar. Assim sendo, deixo-vos um “playback” que dedico a vós, da música de Robertos Carlos intitulado “amigo”. Leiam como se eu estivesse a cantar, tomem nota de que, o sublinhado é meu e para vocês:
“Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas
Cabeça de homem, mas o coração de menino
Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada
Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro
Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro
O seu coração é uma casa de portas abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas
Às vezes em certos momentos difíceis da vida
Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída
A sua palavra de força, de fé e de carinho
Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho
Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Sorriso e abraço festivo da minha chegada
Você que me diz as verdades com frases abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas
Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que você é meu amigo
Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que eu tenho um grande amigo”
LOL, angolanamente um sorriso estridente, rsrsrs, palmas, “playback” feito com sucesso. Curto-vos bué, meus kambas do peito!
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Marcolino Manuel Baptista, autor do livro “Cronicando com a comparticipação criminosa”, jurista, licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Angola, na especialidade Jurídico-forense e Jurídico-económico. Actualmente é oficial subalterno do quadro permanente das FAA, exercendo a função de Magistrado do Ministério Público da Procuradoria Militar da Região Sul na Matala/Huíla.
Grande filho pátria, um dos filhos especial pela preocupação que tem de pensar o país não área de actuação… Esperando o “contraditório” sucessos e sucessos Dr. Marcolino Baptista