Artistas lamentam estado actual da Cultura

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Bailarinos durante um espectáculo musical. Foto: DR
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Os músicos ancestrais Ndaka Yo Wiñi e Jorge Mulumba, o actor e percussionista Raul do Rosário, a bailarina Tucaiana da Costa, o promotor de eventos Yuri Simão e outros internautas emitiram as suas opiniões sobre o Dia da Cultura Nacional. O investimento no Ensino Superior das Artes foi igualmente apresentado como preocupação.

Há mais de 3 décadas que o País comemora o Dia da Cultura Nacional, sendo que nesta terça-feira, 8, artistas e críticos culturais reflectiram e criticaram, nas redes sociais e não só, o desempenho do Ministério da Cultura, apresentando os principais desafios que o pelouro e os artistas enfrentam.

O músico Ndaka Yo Wiñi escreveu na sua página da rede social Facebook que a Cultura surgiu antes da Política, referindo-se ao excesso de tratamento e espaço que se dá à Política (Partidária). “Rápidas melhoras para o 8 de Janeiro. A Cultura vem antes da Política e a Arte é uma Ciência Humana”, frisou o autor do álbum Olukembo, lançado em 2018.

O instrumentista e músico do grupo Nguami Maka, Jorge Mulumba, citou o Presidente João Lourenço, considerando a necessidade de participar mais na resolução dos problemas culturais que a ministra Carolina Cerqueira não tem estado a resolver.

“Todos temos de participar nos problemas da cultural porque a luta é de todos os angolanos. O JLo [abreviatura de João Lourenço] está a falar em resgatar os bons valores tradicionais. Mas, a Ministra da Cultura [Carolina Cerqueira] não quer ouvir isso!”, observou num comentário da conta oficial do Facebook do Portal Marimba, justificando que o Ministério matou o carnaval que acredita ser a maior manifestação cultural do País.

Mulumba salienta ainda que “o comboio cultural não anda e nem existe política cultural no país”, pois, argumenta o pesquisador cultural, o lema segundo o qual “a Cultura faz-se nos municípios” não condiz com a realidade na presente edição. “Isso não se faz. É tudo mentira, pois não existe teatro, biblioteca, dança e músicas nas ruas dos municípios.

Para o actor Raul do Rosário, tem de haver recursos financeiros para os teatros multiuso nos municípios e apoios para projectos cinematográficos e televisivos. “Os grupos de teatro, dança e música mais antigos tinham de ter um orçamento fixo. Tem de se potencializar a UNAC-SA, para promover os direitos autorais e a criação de vilas culturais em todas províncias do país”, finalizou.

Yuri Simão, realizador de eventos culturais, referiu na sua página do Facebook que toda a criação autêntica é um dom para o futuro. “Sem a cultura e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva”, acrescentou.

Um dos aspectos que não foi deixado passar é a necessidade de maior valorização das línguas nacionais. Esta preocupação foi apresentada pelo internauta Toni Candeia, considerando que há anos o País perdeu a sua origem cultural. “Se 80% da população falasse a sua língua de origem, ficaria bem melhor e estaria viva a de origem bantu”, sustentou.

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