O escritor angolano João Melo recebe esta sexta-feira, 10, em Braga, Portugal, o Prémio de Literatura dstangola/Camões, no valor de 15 mil euros, atribuído à obra “Diário do Medo”, anunciaram esta quarta-feira, 9, os promotores do galardão, em comunicado.
De acordo com informação que o Marimba Selutu teve acesso, a organização indica a sede deste grupo empresarial, em Braga, como local para a entrega do prémio.
Publicado em 2021, o livro de poesia “Diário do Medo” conquistou por unanimidade o júri, que lhe reconheceu “um processo criativo apurado, em que se evidencia de modo evidente como a realidade pode funcionar como matéria de criação literária, respeitando valores estéticos, técnicos e éticos”.
Do documente refere ainda que “além disso, a obra denota profunda experiência de vida, utiliza com rigor e simplicidade a justa palavra/metáfora e o ritmo adequado ao conteúdo de cada poema e tem uma visão abrangente do eu e da sua circunstância, com atenção crítica a fenómenos contemporâneos.”
O júri da presente edição foi constituído pelos escritores e jornalistas José Mena Abrantes (presidente), Amélia Dalomba e o secretário-geral da União de Escritores Angolanos, David Capelenguela, que analisaram, escolheram e fundamentaram a obra premiada, com base em três pressupostos, a saber: “”partir do princípio de que toda e qualquer criação artística assenta num tripé fundamental estético, técnico e ético; reconhecer como válida e actual a afirmação do poeta alemão R.M. Rilke de que os versos não são apenas sentimentos e recordações, mas acima de tudo experiências de vida” e, ainda, concordar com o escritor moçambicano Mia Couto de que “o poeta não gosta de palavras, escreve para se ver livre delas. A palavra torna o poeta pequeno e sem invenção”.
A decisão do júri desta quinta edição foi anunciada a 6 de Novembro do ano passado.
O Prémio de Literatura DST Angola/Camões distingue livros editados em poesia e prosa de autores nascidos em Angola. Tem por objectivo tornar-se numa referência através da distinção de obras e autores angolanos “mais prestigiados”.