“Calili foi dos poucos que conseguiu manter-se fiel como instrumentista baixo”, afirma Dom Caetano

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Estas declarações foram proferidas nesta terça-feira, 17, pelo músico e compositor angolano Dom Caetano. O artista falava ao único jornal diário angolano depois da morte por doença do guitarrista Calili, ocorrida em sua residência na rua 17 da Comissão do Rangel, em Luanda.

Segundo o músico, o guitarrista “Calili” foi dos poucos que conseguiu manter-se fiel como instrumentista baixo, especialidade que tem atraído poucos “admirados”, nos últimos anos.

“Ele tocava outros ritmos, mas era mesmo o baixo que mais o encantava. Precisamos valorizar mais os instrumentistas pelo grande suporte que dão ao produto final de qualquer música”, alertou Dom Caetano, sustentando igualmente que Calili, que pertenceu aos Jovens do Prenda e os Kiezos, dois maiores agrupamentos no País, fez parte do projecto musical “Kudimuena” (Reencontro), que realizou uma digressão pelo País e o Leste da Europa na década de 1983 e 1984.

O também compositor e autor de “Sou angolano” e “Rosa Baila”, que é um artista da segunda geração dos Jovens do Prenda, da década de 80 à 90, sempre admirou o profissionalismo do malogrado que vem de uma geração anterior à sua nos “Jovitos”.

“Calili” é considerado uma referência no cancioneiro angolano devido o seu percurso profissional, tendo deixado as suas “impressões talentosas” nos mais variados agrupamentos musicais, como os Muzangola, FAPLA Povo, Jovens do Prenda e os Kiezos.

É ainda possível encontrar as impressões digitais do “Kota Calili”, como era tratado pelos mais próximos, dentre vários sucessos do cancioneiro nacional, em “Ilha Virgem”, “Adeus Solidão”, “Marica”, com o seu Conjunto “Os Jovens do Prenda”, “Joana Wa ié” e “Ginginda”, de António Paulino, “Kinito Oh Lóbela”, de Kinito, “Eme ngui nguenji”, de Kim Santos, “Kikola”, de António Paulino, “Joana Mukua Di Fuba”, de Robertinho, “Scânia 111”, de Proletário, “Senhor Director” e “Ngalenga Kubata”, de Pedrito e a sua grande marca “Trigo Limpo”.

Importa referir que depois do passamento físico do guitarrista, o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, endereçou, no dia do falecimento do músico, uma nota de condolências à família enlutada.

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