Durante 10 dias, os espectadores angolanos e estrangeiros poderão transportar as infinitas possibilidades do cinema de animação brasileiro para os novos universos fantásticos e desconhecidos.
O Centro Cultural Brasil-Angola (CCBA) e a Embaixada do Brasil promovem a segunda edição do Festival ANIMA BR, a partir desta quinta-feira, 31, até ao dia 9 de Abril, em Luanda. O evento comporta 28 filmes, dos quais 23 curtas e cinco longas-metragens de bonecos animados premiados do Brasil.
De acordo com a nota de imprensa chegada ao Marimba Selutu, o festival de acesso gratuito inclui oficinas, sessões comentadas e votações, numa extensa programação que envolve o Concurso Nacional de Criação de Jogos Digitais (CNCJD) de Angola, feira gastronómica, roda de samba, show de reggae e a festa “Anos 80 Chocríveis”.
“A programação do ANIMA BR exibirá em Luanda uma ampla gama de técnicas de animação: do tradicional lápis sobre papel e do stop-motion até os mais avançados recursos de computação gráfica, em produções destinadas a crianças, jovens e adultos.”, lê-se no documento, sustentando que as produções brasileiras de animação vêm ganhando destaque no cenário internacional nos anos recentes.
Essa história de sucesso, acrescenta a nota, construída há mais de uma década por grande número de profissionais qualificados, tornou-se mais notável a partir do sucesso mundial de filmes como “O Menino e o Mundo”, indicado ao Óscar, ou “Uma História de Amor e Fúria”, prémio de melhor filme no festival de Annecy, maior do género no mundo. Ambos filmes foram exibidos na primeira edição do ANIMA BR em Luanda, em Abril de 2019.
Por outro lado, o festival abrirá espaço a produções angolanas de animação, a cargo dos estúdios Olindomar e BomComix.
MINHOCAS NA ABERTURA
A sessão de abertura no festival de animação acontece nesta quinta-feira, 31, no Centro Cultural do Brasil-Angola, com a exibição do filme “Minhocas”, uma das produções mais elaboradas da história do cinema de animação do Brasil tanto em termos de orçamento quanto de tempo de produção.
“Foram quase dez anos para produzir o primeiro grande filme de stop-motion do Brasil, desde 2013. Nele, três minhocas, Júnior (11 anos), Linda (12 anos) e Neco (9 anos) enfrentam o terrível tatu-bola Big Wig, que, com a ajuda dos vermes da Gangue da Lama, pretende dominar todas as minhocas da terra através do hipnotismo e construir um Império onde os tatus-bola serão os senhores”, refere a organização.
Além de comentar a presente sessão de abertura, o realizadro brasileiro Marcelo Marão, que foi convidado a realizar a curadoria desta segunda edição, após ter estado na primeira onde apresentou os filmes “Até a China” e “Eu Queria Ser Monstro”, fará duas oficinas gratuita de técnicas de animação e de sessões comentadas dos principais filmes inéditos no país, a ter lugar na sexta-feira e sábado (inscrições no contactoccba@gmail.com).
Importa referir que metade dos filmes da foi dirigido por mulheres, que têm reforçado a sua presença nesse espaço e provêm de regiões distintas do Brasil, incluindo Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina e Goiás.
Uma nota especial cabe à exibição da série de curtas infantis Nana & Nilo, dois irmãos brasileiros que buscam suas origens em uma viagem pelas culturas africanas. A série é do jovem realizador Sandro Lopes, infelizmente vitimado pela covid-19.