Fundação impulsiona aprendizagem de dikanza

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Lito Graça e Jorge Mulumba são dois tocadores de dikanza. Foto: DR
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O projecto visa valorizar e massificar o ensino da dikanza aos menores de 18 anos, para que o instrumento continue a ser tocado.

Com o apoio do Gabinete  Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto, o Projecto “Tuxike odikanza”, da Fundação Arte e Cultura, formou 20 crianças dos seis aos 17 anos.

Falando à imprensa, a directora-geral da instituição, Naama Margalit, afirmou que o centro desenvolveu uma parceria para o ensino gratuito da dikanza aos petizes e a demais interessados que visitam Angola e têm a Ilha de Luanda como um cartão postal.

Para além das formações, a iniciativa contempla igualmente a fabricação da dikanza com a matéria prima proveniente da província do Bengo e a ser produzido pelas crianças nas suas respectivas instalações.

As próximas aulas começam na próxima semana e têm duração de duas semanas.

Para o director provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto, Manuel Gonçalves, a formação de crianças para tocar a dikanza é uma forma de perpetuar este instrumento e não deixar morrer a cultura.

Manuel Gonçalves disse sentir-se satisfeito pela apresentação das crianças que, junto dos executantes e também formadores Lito Graça e Jorge Malumba, realçam a importância do projecto que visa, igualmente, passar o testemunho do uso deste valioso e primordial instrumento da música angolana às novas gerações.

Por sua vez, os formadores, Lito Graça e Jorge Malumba, reconheceram o empenho das crianças que durante os três dias de trabalho conseguiram absorver e tocar bem o instrumento.

A dikanza   é um instrumento de percussão da classe dos idiofones feito de cana de bordão com ranhuras, mas tocado sempre com a vara denominada “dixikilu”, ou seja tocador.
Também conhecido por Reco – Reco, o instrumento musical é produzido de madeira com entalhes transversais, sobre os quais se esfrega uma vareta, produzindo um som rítmico.

Bastante usada nas composição de músicas populares angolanas, a Dikanza é  um símbolo da cultura Nacional e o angolano  Fontes Pereira – mais conhecido por Malé Malamba-, cuja filha, Conceição Pereira sentiu-se satisfeita por ver  crianças a tocar, foi um dos principais estudiosos da dikanza.

Entre os exímios tocadores da Dikanza destacam-se Fontinhas (N’gola Ritmo), considerado o melhor de todos os tempos, Ressurreição (Gingas), Zé Fininho (Negoleiros do Ritmo), António Pascoal (Ana Zanga), Adolfo Coelho (Kiezos), Tulingas, Didi da Mãe Preta, Tonito, Tony do Fumo, Chico Coio, Augusto Chakaia, Pakito, Joãozinho Morgado, Bonga e, da nova geração, Mestre Capitão, Lolito, Yuri da Cunha e Fula.

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