Irina Vasconcelos vai tornar a IIIª Trienal de Luanda num espaço de viagens às guerreiras da música e da poesia angolana.
No âmbito da III Trienal de Luanda, a cantora conhecida como a “guerreira da música alternativa” será o rosto de cartaz da Fundação Sindika Dokolo para o fim da temporada do mês dedicado às mulheres, num concerto que terá lugar neste sábado, 31, no Palácio de Ferro.
Com o suporte musical de Divino Larson, na guitarra solo, Kappa D, baixo e Gabriel, na bateria, Irina Vasconcelos promete apresentar alguns convidados surpresa aos seus fãs.
De acordo com a nota de imprensa a que tivemos acesso, durante a primeira parte do concerto a cantora fará uma viagem aos temas de Lourdes Van-Dúnem, dos lamentos e poemas suaves de Alda Lara por considerar personagens que deixaram marcas na cultura e no imaginário angolano.
“Praia Morena”, “Shoes in my hands”, “Mulatinha Preta”, “Animals drums”,
dentre outros temas do seu primeiro álbum a solo “Kai” farão parte da segunda parte do concerto.
“Kai”, gravado entre Portugal e Angola, usando os seus próprios meios financeiros para edição, marca o nascimento do
seu “filho” e o seu engajamento cultural, como acto de cidadania e amor às artes.
De referir que Irina Vasconcelos chega ao público com a banda Café Negro e “Kilapanga do Órfão”, mas a sua recente aposta está numa carreira a solo e foi cimentando o seu lugar no cenário musical, acrescentado no seu
reportório versões de clássicos nacionais como “Belina”, de Artur Nunes, “14 chuvas”, de Teta Lando e
outros temas marcantes para os angolanos.
Projectos Culturais
Em termos de criação de projectos culturais, a “guerreira do rock” trabalhou nas iniciativas: “Músicas da banda”, “Okuanjuluka Heat”, ou seja, ressurgir do calor e, durante quatro anos, foi directora artística do “Rock in Rio Catumbela”. Concebeu ainda o “Etimba Festival de Benguela” e tem também a sua marca em outras produções culturais e sociais.
(Vídeo da artista a interpretar Luordes Van-Dúnem)
A cantora que nasceu num ambiente cultural, formou-se no Instituto Médio Industrial de Luanda em 2002 e viveu um período de cerca de sete anos em Portugal, o que determinou a formação do seu percurso musical e personalidade. Após regressar ao país, integra a banda “Question Mark” que depois passa a ser “Café Negro”. Com o disco “Safra” de 2012, Irina conquista o prémio de “Melhor Banda”.
Trabalhou igualmente com a Fundação Sindika Dokolo em projectos como “Kianda Soul”, na VII
Bienal de São Tomé e Príncipe, em 2013 e 2014, dentre outras parcerias, cantando igualmente no evento “Kaluanda Fest” realizado no dia 31 de Janeiro.
A III Trienal de Luanda foi um evento concorrido desde o dia 31 de Dezembro de 2015 a 31 de Agosto de 2017, organizado pela Fundação Sindika Dokolo, no Palácio de Ferro, em Luanda.