“O assimilado é a pessoa mais inconveniente que andamos a aturarʺ, Bonga Kuenda

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José Adelino Barceló de Carvalho, conhecido artisticamente como Bonga ou Bonga Kuenda, é um cantor e escritor de letras de música angolana. Foto: DR
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Estas palavras foram proferidas pelo artista, durante o lançamento da recente obra da jornalista Mwana Afrika, intitulada “Por Exemplo”, ocorrido na última semana, em Lisboa, Portugal.

Durante o lançamento, Bonga aproveitou a ocasião para chamar atenção sobre o impacto da civilização e da assimilação em África. “Parece que ficamos com a ideia de que temos que nos cingir à civilização esforçada que nos foi imposta na Cuca. E o assimilado é a pessoa mais inconveniente que nós andamos a aturarʺ, referiu o compositor e embaixador da música angolana.

O músico realça também a maneira como as mulheres do seu tempo eram privadas dos seus direitos e impedidas de serem livres, colocavam as suas vidas em risco e muitas delas pagavam fichas à Administração Civil da Ética por colocarem tranças.

“Vejam só o ridículo! Por fazer as tranças que vocês fazem hoje, as mulheres eram presas e tinham que pagar uma ficha à Administração Civil da Ética, porque fez tranças paga-se uma fixa e estavam a destruir a identidade africanaʺ, explicou o artista.

Barceló de Carvalho «Bonga» elogiou o trabalho da produtora de conteúdos culturais, Mwana Africa, pela dimensão da sua obra. “A apresentar uma obra desta envergadura, minha querida, essas formas, fórmulas e essa psicologia de resistência. Essa cultura tremenda, tu não queres saber o tão alto lugar que nos colocas para defender coisas do antigamenteʺ, enalteceu o cantor.

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