O trabalho de jovens académicos, activistas de direitos humanos, membros do movimento hip hop de intervenção social e jornalistas angolanos no mediático Processo 15+2 foi tema de uma tese de doutoramento na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB, Brasil.
A iniciativa foi do professor universitário e historiador angolano Oliveira Adão Pinto, “Anestesia”, de 35 anos de idade, que ao longo do seu trabalho explorou as notícias divulgadas, realizou entrevista com os activistas que foram acusados pelo Ministério Público de tentativa de golpe de estado contra o presidente José Eduardo dos Santos.
Na qualidade de um dos jornalistas que realizou uma cobertura integral do processo com várias reportagens, notícias, entrevistas e opiniões publicadas no portal brasileiro Por dentro da África, dirigido pela jornalista brasileira Natália da Luz, pude deixar a marca do nosso trabalho bem patente para que hoje fosse possível a academia usar para eternizar em estudos e livros.
Nesta tese intitulada “As Memórias dos 15+2 (duas) e o Processo de Democratização Angolana (2011-2022)”, o historiador Oliveira Adão Miguel procurou recuperar a memória da história do processo de luta pela democratização protagonizada por jovens activistas por meio de protestos não violentos contra o governo de José Eduardo dos Santos (MPLA), no poder há 39 anos, naquela altura da detenção dos mesmos.
Essa liderança, segundo os activistas e os resultados do presente estudo, foi caracterizada pelo “autoritarismo, neopatrimonialismo, clientelismo e violação propositada e sistemática dos direitos humanos”.
Apesar de ser um filho do Cazenga e ter frequentando fortemente o município de Cacuaco, cruzei-me pela primeira vez com o académico e autor do estudo na Huíla, no dia 20 de Dezembro de 2023. Na ocasião, eu estava a liderar a coordenação do lançamento do estudo sobre os San de Angola (O Lugar dos San de Angola na Construção de uma Sociedade Multiétnica), e a Iª Conferência Científica Nacional dos San de Angola, dois eventos ocorridos no auditório do Instituto de Ciências de Educação da da Huíla (ISCED-HUÍLA).
O presente estudo vem dar uma riqueza imensurável aos trabalhos científicos sobre os vários fenómenos socioculturais e políticos da história recente de Angola, abrindo assim a oportunidade de se eternizar nos próximos livros sempre Angola.
O maior reconhecimento e orgulho prende-se ao facto de ser um académico angolano a escrever sobre um fenómeno que foi decisivo para o elevar do processo recente de fortalecimento da democracia em Angola através da liberdade de expressão e de imprensa, do pensamento e de opinião, bem como de manifestação, consagrados da Constituição da República de 2010.
Oliveira Adão Miguel é filho de José Oliveira e de Mariana Miguel e encontra-se a residir actualmente no município de Vitória da Conquista, no estado da Bahia, no Brasil.
É graduado no Ensino da História e Mestre em Ensino da História da África pelo Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla (ISCED-HUÍLA)-Angola, trabalhou como professor efectivo do Ministério da Educação de Angola de 2010 a 2023, foi Subdirector Pedagógico do Colégio Privado “A Verdade Vos Libertará”, no município da Matala, Huíla e Diretor Geral do Colégio Público n˚915 (actual Complexo Escolar Público Samuel Marcolino) e do Colégio 04 de Abril no município da Matala de 2018 a 2023.
Actualmente é professor efectivo do Instituto Superior de Ciências da Educação – Huíla, actuando na secção de História e professor colaborador do Instituto Superior Politécnico Independente de Angola (ISPI).
Desde o dia 29 de Novembro de 2024 passou a ser doutor em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB(Brasil.
GratidãocomResiliência&Fé!