O jornalista e escritor José Luís Mendonça propôs nesta semana, em Ndalatando, província do Cuanza Norte, a integração no artigo primeiro da Constituição angolana de uma língua oficial bantu, ao lado do português. Esta proposta foi apresentada durante a sua prelecção no terceiro colóquio “O que é Ser Angolano? – Mentalidade e Aparências”, promovido pelo Centro Ufolo para a Boa Governação. De acordo com o Jornal de Angola, o jornalista defende que o uso exclusivo quotidiano, regular e prolongado da língua portuguesa, língua indo-europeia, formata no cidadão angolano uma mentalidade eurocêntrica, sob a aparência de africanidade.
“Esta mentalidade e visão do mundo eurocêntrica, inserida maioritariamente no ‘modus vivendi’ das elites no poder, mas também de uma boa parte da população pela comunicação nacional em língua portuguesa, foi a principal causa do expatriamento, sem quaisquer rebuços, nem peso de consciência, da riqueza de Angola para fora do continente africano”, frisou o vencedor da categoria de imprensa do Prémio de Jornalismo da SADC 2021, acrescentando que o volume de transferências do erário angolano foi de tal magnitude, que não tem paralelo em nenhum outro país da África Austral.
Durante a sua comunicação intitulada “Reconciliação Linguística: Andaime da Construção da Angolanidade”, o escritor propõe a eleição de uma língua oficial bantu, a qual, em paralelo com a língua portuguesa, criará uma segunda fonologia do discurso oficial angolano.
Importa referir que a par de muitos países que escolheram a língua maioritária para língua oficial, Angola pode eleger o umbundu como a outra língua oficial, pois que, tendo em conta que as grandes línguas regionais de Angola são sete, torna-se impraticável o seu ensino numa província como Luanda.
Boa iniciativa, que passe de falas pra pratica
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