Inocêncio de Matos: Hexplosivo Mental encanta ao vivo com “Ainda Somos Resistência”

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Hexplosivo Mental é um rapper de intervenção social detido em 2011. Foto: DR
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O músico e compositor Hexplosivo Mental encantou o público presente no acto de homenagem ao estudante universitário assassinado na manifestação de 11 de Novembro de 2020. O evento aconteceu esta sexta-feira, 11, no campo multiuso da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no Bairro Nelito Soares, em Luanda.

Bastante aplaudido pelo público presente, o artista começou por cantar ao vivo através de um instrumental num volume que permitia os presentes prestarem maior atenção à mensagem.

Em entrevista exclusiva ao Marimba Selutu, o rapper e letrista afirmou que a primeira vez que soube de Inocêncio de Matos foi através de um vídeo em que anunciava com alguma bravura a manifestação. “E perguntei-me quem era esse bravo jovem! Porque vendo ele a anunciar a manifestação, eu via o Carbono Casimiro, o Luaty Beirão, o Luamba, o Mbaza e até mesmo o Hata”, lembrou Hexplosivo Mental, lamentando que no dia seguinte soube que o mesmo tinha sido assassinado por um agente da Polícia Nacional.

“Como estudante e bravo guerreiro, percebi que ainda tinha muito que dar. Não podia homenagear todos sem esquecer esse bravo jovem que tinha muito para dar a esse País”, sustentou o artista.

Considerado como hino da alternância, “Ainda Somos Resistência” é uma música com uma melodia sentimental que retrata a vida dos revolucionários angolanos, através de um retrato da vida e morte dos que considera soldados como Carbono Casimiro, Inocêncio de Matos, Hilbert Ganga, Isaías Cassule, Alves Kamulingue e outros.  

Instrumental produzido por Meck, da Diskuduro Record, a letra foi escrita por Jeremayah Yeshua alguns dias depois da morte de Carbono Casimiro, em Novembro de 2019.   

“Lembro-me que o recado da morte do Carbono foi através de uma ligação de Adolfo Campos, altura em que eu estava na Diskuduro Record, do Sacerdoth, a gravar a música ‘Episódio Macabro’, ao lado do ancião Dread Josef, um dos grandes pilares do Movimento Hip Hop Angolano, que muito admiro e prezo nesta luta em defesa dos oprimidos”, rematou o artista que assina com igualmente como os pseudónimos Maniako Depressivo, Homem Elástiko (Raimichimbilim) e Jeremayah Yeshua.

A música termina com a frase: o segredo da imortalidade é viver uma vida que vale a pena lembrar.

Entre os que marcaram presença podemos destacar o presidente do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, o professor e pesquisador Nelson Pestana “Bonavena”, o deputado Olívio Kulumbo e vários artistas da Terceira Divisão.

 

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