“O Pan-africanismo é a única forma de resgatar a Cultura Africana”, K.O Cossengue

0
303
K.O Cossengue é um músico angolano que reside na Europa.
- Publicidade -

Depois ter saído do País para Europa para conquistar o seu sonho, o rapper angolano conta com dois álbuns no mercado, um dos quais irá vender na Praça da Independência no dia 23 do corrente mês.

Guilherme da Silva (foto)

O músico pan-africanista, activista social e produtor, K.O Cossengue, de nome de registo Pedro Nunes Cossengue, residente na Bélgica, teceu estas considerações depois da actuação na Conferência Pan-africanista Sankofa19, realizado no último sábado, 16, em Luanda. O evento foi realizado pelo Ubuntu, em parceria com a União da Diáspora Angolana (UDA) e a Waker Foundation.

K.O Cossengue confessa que admira mais o hip-hop e o raggae, pois julga serem a “arma cultural” onde se consegue exprimir melhor. “O pan-africano, é um selo que se cola em mim. Ou seja, o pan-africanismo é um grupo de pessoas que lutam para resgatar a cultura africana”, frisou em exclusivo ao Portal Marimba Selutu, sublinhando igualmente que chegou a fazer vários estudos sobre a História Africana no Egipto, Cabo Verde e outros países do mundo, por isso acredita que “o Pan-Africanismo é a única forma de resgatar a Cultura Africana”.

O também compositor, que já canta há 18 anos, sustentou que o Conflitos Armado, cuja acção assolava o País, foi a causa dele imigrar para o estrangeiro. “Por outro lado, também não tinha oportunidade de estudar, nem de ter uma vida saudável.”, revelou K.O Cossengue, elucidando que tem feito quase tudo para produzir músicas de vários géneros musicais como o hip-hop, raggae, reggaeton e kizomba.

Na Conferência Internacional pan-africanista, o artista interpretou músicas de sua autoria como “A Vida”, “Rastah Girl” e a “Tá Numa”, este último, que dá título ao seu mais recente álbum, com sete faixas musicais, cantadas em hip-hop, raggae e hip-hop-kuduro.

TÁ NUMA

Quanto ao disco –“Tá Numa … Carbono 666, a Teoria” – o músico disse que se trata do seu segundo disco, depois ter lançado o primeiro, “Ubuntu”, no ano passado. “Nesse disco [‘Tá Numa … Carbono 666, a Teoria’] teve à participação especial de Nagrelha. O álbum é muito despertador no sentido de que ‘tá numa’ significa ‘o estado em que nós, africanos, nos encontramos’”, revelou, acrescentando que “Carbono 666”, quer dizer seis neutrões, seis protões e seis eletrões, que são os ingredientes que criam o mineral carbono, o qual significa o “preto”, a cor da raça negra, que se chama melanina.

“‘Tá Numa … Carbono 666, a Teoria’ foi lançado em Benguela, no dia 9; no Lobito, 10 e no dia 16, na Universidade Gregório Semedo, em Luanda. No dia 23, estaremos na Praça da Independência.”, explicou o artista, para mais adiante acrescentar que a sua entrada no mundo cultural foi por meio da dança e depois foi para a música.

Cossengue conta ainda que em Benguela, fez parte do grupo Bad Boy e mais tarde, em 2000, viajou para a Holanda, onde se encontrou com o grupo The Soldier (que o fez entrar no mundo do Rap), composto por quatro elementos que já cantavam Rap.

A Conferência Internacional Sankofa2019 juntou conferencistas e mentores do projecto Ubuntu, da União da Diáspora Angolana e da Waker Foundation e contou com a participação de estudantes e representantes da Universidade Gregório Semedo, músicos, soba e outras personalidades.

Deixe o seu comentário
Artigo anteriorNdaka yo Wiñi em concerto no Camões
Próximo artigoYuri da Cunha celebra 25 anos com dois concertos

DEIXE O SEU COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui