O escritor e crítico de jazz, Jerónimo Belo, vai publicar neste mês o seu quinto livro dedicado ao Jazz e à música, com o título genérico “Feijazzoada”, inserido nas festividades do 30 de Abril, Dia Internacional do Jazz.
De acordo com o Jornal de Angola, Jerónimo Belo, que tem no mercado os livros “Jazz- Geometria variável” (1992), “Feijoada” (1998), “Blues e a Poética contra a Indiferença” (2005) e “Jazz Memória e Gratidão” (2021), refere que depois da edição a sua última brochura, entende que poderia ter alguma utilidade para as pessoas que gostam de música e ambicionam envolver-se no mundo do jazz e na biografia dos seus principais actores sociais – os músicos -, organizando um conjunto de textos alusivos a esse género musical.
“Ei-los, pois, reunidos nesta ‘Feijazzoada’, para acompanhar ‘os do Jazz’ ao longo do ano, dos tempos; tempos de seca, com poucos ou quase nenhuns concertos desse estilo com berço afro-americano, tão carente de apoios de vária ordem, esquecido e acantonado”, escreve o crítico, acrescentando que “não será demais sublinhar que, em Angola, as profissões ligadas à arte são olhadas com discreta sobranceria e o jazz é, frequentemente, o parente pobre da chamada Cultura”.
Escreve que uma funcionária pública disse a um criador, pianista e pedagogo luandense, que remava em demanda de um porto que considerava “seguro”, para editar o seu primeiro disco; foi o seu “último porto” angolano, já que logo rumou para o aeroporto!!!
“E assim, o ‘jazz lover’, só e abandonado, afastado dos seus companheiros, sem concertos, sem discos, sem informação, com raros programas radiofónicos e televisivos, passa a ter, nesta brochura, uma companhia, um estímulo, enquanto ‘espera sentado’ por dias mais jazzmente e, por que não dizê-lo, mais conscientemente generosos. A ideia desta “Feijazzoada”, que hoje vos sirvo na melhor mesa do meu quintal, é antiga”.
Conclui: “Trata-se de uma criação do grande poeta, jornalista e crítico literário David Mestre (1948-1998), que também promoveu com enorme criatividade o ‘jornalismo literário’; modalidade que foi cultivada em Angola (e não só) por nomes como Cordeiro da Matta, José Fontes Pereira, Pedro da Paixão Franco, António Assis Júnior, entre outros”.
Para o autor, celebrar o jazz e a vida é preciso recordar o David Mestre, mestre da poesia que abriu as portas do Jornal de Angola ao jazz, também. E, ainda, ir alargando o círculo dos amigos desta música etentando que outras mãos agarrem no testemunho, para que o jazz, em Angola, saia urgentemente dos cuidados intensivos. Afinal, incontáveis lágrimas de blues angolano também alimentaram o caudal do Mississipi em cujas margens o jazz foi dado à luz (a escravatura nos Estados Unidos foi o seu útero)”.
Jerónimo Belo colabora com a Televisão Pública de Angola (TPA), no “Clube de Jazz”, há mais de 30 anos e mantém na Rádio LAC, um programa semanal desde 1992.
Dia Internacional do Jazz
Este ano, Luanda vai celebrar pelo 9º ano consecutivo, desde 2014, o Dia Internacional do Jazz, com um concerto no próximo dia 28, na Casa das Artes, uma co-produção com a Banda Ango Jazz, dirigida pelo pianista Dimbo Makiesse; e no dia 30, a Festa do Jazz será em Benguela, com a Banda Ango Jazz, no Lodge Kapembawé, comuna do Dombe Grande, município da Baía Farta, província de Benguela.
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