Sublinhado engajamento de artistas na luta contra o colono português

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Carlos Lamartine é um músico e historiador angolano. Foto: DR
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O músico e historiador angolano, Carlos Lamartine, teceu estas palavras, no último domingo, 21, aquando da entrevista concedida ao jornalista Analtino Santos, do Jornal de Angola.

O músico explicou que muitos artistas angolanos se destacaram na época em que surgiu o 25 de Abril de 1974. “Vários artistas se destacaram, particularmente na época em que surgiu o 25 de Abril; até Novembro de 1975. Todos, de uma forma geral, se engajaram no combate contra o Colonialismo [Português]. Organizaram-se nas empresas Valentim de Carvalho, na CDA-Companhia de Discos de Angola e alguns, na etiqueta Bonzão e Rebita, produzindo um conjunto de obras musicais.”, continuou, acrescentando que a emissora nacional, com divulgações destas produções, foi generalizando o conhecimento da Música Angolana.

Esclareceu ainda que alguns colonialista portugueses, naquela altura, também ajudaram a promover a Música Angolana. “O próprio Colonialista [Português] também trabalhou para a promoção da Música Angolana neste período. Foi com este movimento de divulgação da Música Angolana que podemos constatar a mobilização total do nosso Povo. Boa parte dos artistas se fixou na auréola do MPLA. Temos como referências dois ou três indivíduos que se fixaram noutras organizações [Movimentos de Libertação de Angola].”, reforçou, exemplificando que um dos músico célebre que não fazia parte do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) foi o artista Teta Lando.

O autor do sucesso “Pala ka nu Abesa ô Muxima” finalizou a resposta dizendo que havia também outros sector da sociedade angolana que apoiavam a música angolana, realçando o Jornalismo. “Para além do apoio que tínhamos dos meios como a Emissora Oficial, Voz de Angola e Rádio Clube, também podíamos contar com alguns sectores do jornalismo angolano, daquela altura, como o jornal ABC, a revista Noite & Dia, Jornal o Comércio, e outros.”, finalizou.

Carlos Lamartine nasceu em Benguela a 29 de Março de 1943, mas foi no Marçal, em Luanda, onde deu os primeiros passos musicais. Foi o regente principal do Grupo Coral Gigante do Acto da Proclamação da Independência de Angola, no dia 11 de Novembro de 1975, e do Coral no Acto da Tomada de Posse do 1º. Governo da República Popular de Angola, que teve lugar na Câmara Municipal de Luanda.
Antigo adido cultural na República Federativa do Brasil, Carlos Lamartine é quadro reformado do Ministério da Cultura. Teve várias distinções, como o Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria de Música, em 2017, e Prémio Carreira no AMA (Angola Music Awards). Foi ainda homenageado no Festival da Canção de Luanda da LAC, em 2013, no qual os concorrentes interpretaram temas de sua autoria.

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