Conferência cultural aborda história e antropologia africana

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Jornalista Miguel Manuel no final de uma sessão de cinema e debate no CCBA. Foto: DR
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Em alusão do Dia de África, o jornalista angolano e produtor de audiovisual, Miguel Manuel, em parceria com o Goeth Institue realizou nos dias 25, 26 e 27 do corrente mês, a primeira edição da conferência cultural no Centro Cultural Brasil Angola – CCBA, em Luanda.

Com periodicidade anual na abordagem da história e antropologia africana, visa apresentar os diferentes traços culturais dos povos de Angola, dentro do seu contexto etnográfico (costumes, índole, raça, língua e religião), como marcas da sua africanidade, através de amostras de documentários jornalísticos e debates das temáticas dos filmes.

Durante os três dias de debates, foram exibidos os documentários “Os Reis do Leste”, “Ngudi a Nkama, a Rainha dos Bassuku”, e “Efico: Ritual de iniciação feminino”, no primeiro, segundo e terceiro dia, respectivamente.

Os filmes, de 40,45 e 50 minutos, estão no género documentário jornalísticos e foram realizados pelo produtor e jornalista Miguel Manuel.

“Os Reis do Leste é um documentário jornalístico que retrata a trajectória dos povos que habitam a província do Moxico, nomeadamente, os Tchokwe, os Lutchaze e Luvale, baseado nos depoimentos das autoridades tradicionais”, defende o realizador Miguel Manuel, em na nota enviada ao Marimba Selutu, sustentando que nessa narrativa, os líderes apresentam as teses sobre as suas origens, costumes, crenças e protagonismos na hegemonia sociocultural, como formas de demarcações das fronteiras territoriais e de ascensão na escala social.

Enquanto o documentário “Ngudi a Nkama, a Rainha dos Bassuku”, aborda a migração do território do antigo Império do Congo até as terras dos Lunda, actual província da Lunda Norte, na região de Loremo (lolemo na língua original) que foi marcada por guerras e conquistas com as tribos locais.

Neste documentário, as atenções foram para o ritual de entronização da jovem rainha: a preparação da casa real, os dotes oferecidos pelos membros da corte, as danças ritualísticas e os mistérios que cercam a sua preparação para o trono preenchem a emocionante cerimónia.

Já o último documentário “Efico: Ritual de iniciação feminina” descreve entre as populações do Sul de Angola, há costumes diversos. O efico é o ritual de iniciação para as jovens raparigas, entre os 14 e 18 anos de idade, que as prepara para a vida adulta, nos seus papéis como esposas, mães e gestoras do lar. O retrato desse trabalho vai para as meninas de Humbe, de famílias que dividem fronteira entre as províncias do Cunene e da Huíla.

Confinadas, por duas semanas, numa casa de arquitetura típica da região, as Mufiko, como se passam a chamar, aprendem das Katuandolo, as tutoras, que as iniciam para a nova fase da vida.

“É uma festa contínua, que reúne famílias e uma logística organizada entre dezenas de cabeças de bois e bebidas típicas, num ambiente animado por dançarinos que executam o folclore local”, remata a organização.

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