Presidente da República pede perdão pelo massacre do 27 de Maio

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João Lourenço é o Presidente da República.
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Para além de figuras ligada a vida política, económica e social do País, o pedido se estendeu aos renomados David Zé, Urbano de Castro e Artur Nunes.

Em mensagem dirigida à nação, o Presidente da República, João Lourenço, manifestou o seu pedido de desculpas públicas às vítimas do massacre de 27 de Maio de 1977 e aos seus familiares que terão sido acusados de “tentativa de golpe de Estado”.

Durante o anúncio dos resultados da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), João Lourenço que manifestou “sincero arrependimento”, declarou que a resposta do Estado ao que considerou tentativa de Golpe de Estado de 1977 foi desproporcional e acabou por vitimar inocentes.

“Este pedido público de desculpas e de perdão não se resume a simples palavras, ele reflecte o nosso sincero arrependimento e vontade de pôr fim à angustia que ao longo destes anos, as famílias carregam consigo por falta de informação sobre destino dado aos seus ente-queridos”, frisou o Chefe de Estado, encorajando outros actores que participaram nos conflitos a terem o mesmo arrependimento.

Para além de vários nomes citados, o Chefe de Estado não esqueceu citar os músicos que também foram vítimas. “Também vai começar o processo de localização dos restos mortais de Alves Bernardo Nito Alves, Jacob João Caetano ‘Monstro Imortal’, Cita ‘Vales’, José Vieira Dias Vandúnem, os músicos Urbano de Castro, David Zé e Artur Nunes, entre outros para exumação e entrega aos familiares”, referiu João Lourenço, considerando o povo heróico e generoso pelas provas de saber perdoar.

Por sua vez, o bispo emérito de Luanda, Dom Anastácio Cahango ressaltou a importância do perdão entre os angolanos, referindo ser. “Quando o Presidente vem publicamente dizer palavras de perdão devemos agradecer a ele porque é Deus que lhe fez falar estas coisas”, finalizou.

Estavam presentes no evento de homenagem às vítimas dos conflitos políticos ocorridos em Angola, familiares das vítimas, representantes dos partidos políticos, representantes das denominações religiosas e outros convidados.

Nos próximos dias, segundo João Lourenço, a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos poderá trabalhar no processo de exumação e entrega das ossadas das vítimas de um dos maiores massacres da história de Angola após a independência nacional.

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