Herdeiros condicionam abertura do Museu Cesária Évora

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Dependendo do entendimento com os herdeiros da artista Cesária Évora, o futuro “Museu Cesária Évora” é uma prioridade para a Rede Nacional dos Museus de Cabo Verde. A intenção é reunir todo o espólio da cantora na sua casa antiga (1941-2011).

“Tratando-se de um museu biográfico, em que o acervo é particularmente relacionado com a vivência da personalidade, o processo torna-se complicado porque não é uma intervenção que o Ministério [da Cultura] nem o IPC [Instituto do Património Cultural] possam fazer. É preciso que haja esta vontade também dos herdeiros”, disse à Lusa, citada pelo Observador, a diretora da Rede Nacional dos Museus de Cabo Verde, Samira Baessa.

Segundo Samira Baessa, há uma negociação entre o Ministério da Cultura e a família no sentido de ampliar o conteúdo exposto actualmente no Núcleo Museológico Cesária Évora, situado na cidade do Mindelo e que foi criado para servir como primeiro espaço do museu. No entanto, 10 anos após a morte de Cesária Évora, e 6 anos após a fundação do núcleo, o museu continua sem data para ser uma realidade.

Para já, a instituição prevê investir em “melhorias” na estrutura do Núcleo Museológico Cesária Évora e no espólio.

“Queremos colocar suportes mais atrativos, porque estamos agora a implementar os novos projectos museográficos, e esta seria a ideia. Mas tendo em mente a possibilidade de termos um projecto num outro espaço mais amplo, inclusive com um espólio mais alargado, a recolher junto da família. Pensamos neste momento fazer esta intervenção de melhorias no edifício, para que continue a acolher os visitantes, aguardando esta negociação com os intervenientes para chegarmos a um projecto que espelhe a importância de Cesária Évora e do espolio”, apontou Samira Baessa.

O interesse para instalar o museu na casa de Cesária Évora, onde a cantora viveu no Mindelo, entre o tempo dos concertos que realizava por todo o mundo, mantém-se, disse ainda.

 

A Associação Cesária Évora assegurou em Novembro passado que o espólio da artista está preservado, à espera da concretização do Museu Cesária Évora, na sua casa no Mindelo, prometido desde o falecimento da ‘Diva dos Pés Descalços’, há dez anos.

“O maior desejo da associação é ter um lugar digno em São Vicente, onde todos os que vierem a Cabo Verde  a procura de vestígios de Cesária os encontrem em boas condições, num verdadeiro museu. A ideia da associação, que já apresentámos ao Governo e que continuamos com a esperança de um dia ter acesso a algum financiamento, mesmo que internacional, é de que a casa não será só a casa da Cesária”, explicou o produtor José (Djô) da Silva, presidente da associação e seu antigo ‘manager’.

Aquela associação, a família da cantora e várias entidades locais estão a promover no Mindelo, até 19 de Dezembro, o programa de homenagem à “Diva dos Pés Descalços”, para assinalar os 80 anos do seu nascimento e os 10 anos da sua morte.

De recordar que o conteúdo relacionado com a cantora está espalhado por três espaços em particular: no Núcleo Museológico, na exposição no Palácio do Povo, de Francisco Rocha, que tem mais de 20 anos de recolha de fotografias, certificados internacionais e outros objetos pessoais como os vestidos da cantora, bem como na casa onde viveu a artista.

Cesária Évora nasceu no Mindelo, em 27 de Agosto de 1941, cidade onde também morreu, em 17 de Dezembro de 2011, sendo considerada, com as suas mornas, a cantora de Cabo Verde com maior reconhecimento internacional.

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