Ancestralidade angolana na 21ª edição do Festival da Lusofonia de Macau

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Grupo Nguami Maka, durante o Festival Celebrar África, no Palácio de Ferro, em Luanda. Foto: DR
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A demonstração de traços e valores da ancestralidade africana foi uma das exigências da organização, que seleccionou o grupo Nguami Maka para representar Angola na edição deste ano.

Uma equipa de especialistas portugueses seleccionou o grupo de música ancestral Nguami Maka para representar o País na 21ª edição do Festival da Lusofonia de Macau (FLM), na China. Desde a primeira edição, é o primeiro grupo de música ancestral a ser seleccionado para participar no evento.

“Angola já foi representada pela Yola Semedo, na 20º edição, no ano passado. Só que desta vez eles foram mais exigentes. Penso que precisamos demonstrar aquilo que tem a ver com a nossa africanidade. Uma comitiva portuguesa realizou trabalhos de pesquisa em Luanda e fomos o grupo felizardo”, declarou o músico e porta-voz do grupo, Jorge Mulumba, acrescentando que o sentimento é de extrema responsabilidade porque podem encontrar grupos com mais tempo de actividade artística no FLM.

Com 30 minutos de palco, o grupo angolano vai apresentar um repertório musical carregado da ancestralidade que anteriormente era ignorado ou distorcido pela maioria das pessoas. “Conseguimos exteriorizá-los com instrumentos menos apurados porque pensamos que o objectivo passa pela melhor compreensão e valorização daquilo que não se fazia antes. Vamos levar a memória de Angola, pois não temos outra hipótese senão buscar a raiz e transmiti-la”, sustentou Mulumba.

O repertório do grupo estará composto de rapsódias que poderão servir de espaços de homenagear grandes nomes da música angolana, espacialmente os que cantaram a verdadeira origem africana, como é o caso de Bonga, Kituxi, Elias Dya Kimuezo, N’gola Ritmos, Mestre Kamosso e temas como “Muxima” e outros, que fazem parte do cancioneiro ancestral de Angola. A vestimenta será a base de panos, missanga, ponda, testal e as sandálias de pneus que são obras de arte com a marca do País.
“Vamos nos despir de intérpretes exclusivo do grupo Nguami Maka para nos vestirmos de verdadeiros combatentes da música angolana e cantar Angola”, reforçou o responsável, sustentando que entre as línguas a serem cantadas no festival, o destaque vai para o kimbundu, umbundu e o português.

O CONJUNTO

Nguami Maka é um grupo de música ancestral de Angola, fundado no dia 20 de Abril 2002, no bairro Marçal, em Luanda, pelos artistas Jorge Mulumba e Pascoal Caminha. Porém, Mulumba sai de um trio que durou apenas 2 anos de existência. A digressão internacional não é uma novidade para este conjunto, pois é a segunda vez que vão naquela cidade da China. Mas a sua trajectória regista outras cidades de países como Alemanha, Zâmbia, Coreia do Sul e mais.

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