O mentor e patrono da produtora encara a criação do projecto e os apoios aos familiares de artistas falecidos como uma forma de contribuir para retribuir um pouco do que ganhou
REDACÇÃO
Na última semana, o país conheceu o novo elenco da produtora do músico Matias Damásio, “Arca Velha”, num evento que contou com a presença de vários convidados, no Hotel Epic Sanna, em Luanda.
Entre as vozes oficiais do projecto musical constam os músicos Dom Caetano, Isidora Campos, Serafina Sanches, Damásio Brothers, Kanda, Halison Paixão e Shelsy Shantel.
Matias Damásio mostrou-se satisfeito pela aposta do novo desafio de integrar novos membros na produtora e sublinhou que sozinho nada é possível e o objectivo é sempre expandir a música angolana a lei fronteiras.
“Para este ano, apostamos em grandes projectos. Este Matias que vêem a cantar não só em Angola como no mundo, é resultado do vosso apoio, da imprensa e de todos aqueles que sempre acompanharam os grandes sucessos e projectos e, a Arca Velha é o meu contributo para retribuir um pouco de tudo que recebi”, fez saber Matias Damásio.
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Legenda: Matias Damásio, proprietário da produtora Arca Velha
O encontro marcado de várias emoções e revelações, onde os artistas tiveram a oportunidade de cantar e encantar mostrando assim talento e muita dedicação, enquanto faziam um dueto inesperado da música “Matemática do Amor”, ao lado do compositor Matias Damásio.
Acrescentar ainda que a produtora Arca Velha tem dois lançamentos discográficos previstos, dos artistas Dom Caetano e Shelsy Shantel para 28 de Abril do corrente ano.
Por sua vez, o músico Dom Caetano prometeu que parte das receitas resultantes da venda do seu disco intitulado “Esperança Divina”, a ser efectuada em Abril, será doada às famílias dos músicos falecidos Zé Keno e Beto de Almeida.
Ainda durante a mesma conferência de imprensa, o artista revelou que tal desejo representa uma forma de apoiar as famílias dos colegas já falecidos e também é um gesto de reconhecimento pelo contributo que eles prestaram à música nacional.
Embora os músicos já não vivam, disse o interlocutor, serão sempre lembrados pelas suas verticalidades, pois ambos, apesar de pertencerem a gerações diferentes, deixaram a sua marca no panorama musical. “Para mim, tanto o Zé Keno, com quem trabalhei durante muitos e bons anos, quanto o Beto de Almeida, que deu a sua contribuição para o engrandecimento da nossa cultura, representam uma referência incontornável da música urbana angolana”, sustentou.
A ideia, de acordo com a produtora, é que logo a seguir as vendas do novo disco do Dom Caetano será realizada igualmente uma gala e as receitas também terão a mesma finalidade: o apoio às famílias dos músicos falecidos.
Recorda-se que Zé Keno, que foi homenageado na segunda edição do Festival Zwá pela Fundação Sindika Dokolo em 2016, tendo falecido a 4 de Agosto de 2017.
Iniciou a sua carreira musical em 1968, ano em que fundou o agrupamento Jovens do Prenda, na companhia dos músicos Chico Montenegro, Didi da Mãe Preta, Tony do Fumo e Augusto Chacaya.
Já Roberto Tiago da Silva de Almeida (Beto de Almeida) morreu em Outubro de 2013, tendo nascido a 8 de Novembro de 1976, na província do Cuando Cubango, deixando traços de grandes feito durante a sua carreira ao lado do seu irmão Moniz.