O músico e compositor angolano Flagelo Urbano criticou nesta sexta-feira, 26, os artistas angolanos que ficam calados diante dos actos de injustiça e ilegalidade.
“Uma coisa é o artista ter o direito de ser militante da organização política que quiser. Outra coisa é o artista estar diante de actos de manifesta injustiça e ilegalidade e permanecer mudo. Mas que &$&@%% de artistas são esses?”, indagou o rapper de intervenção social, acrescentando que cada artista tem o fá que merece.
O também advogado defendeu igualmente a necessidade de se ter coragem para seguir um artista que não tem noção do colectivo. “Para ele [artista], colectivo é só quando as pessoas se juntam para ir aos seus concertos ou comprar o seu CD/DVD”, escreveu na sua rede social, esclarecendo que o bem-estar do povo deveria ser um projecto colectivo e o futuro de todos depende do que for feito hoje.
Conhecido por “N’gola Sambala (O Griot)”, “Mestre da Literatura Oral” e “O Eremita”, Flagelo Urbano é músico, produtor, poeta e entusiasta em teoria da música e coleccionador de discos de vinil, que nasceu na província do Huambo, mas cresceu no Lobito, Benguela. Faz rap desde a década 90 e é formado em Direito, ou seja, é advogado, consultor e activista social. É também mestrando em Direito Tributário pela Universidade Agostinho Neto.
O músico é autor de três obras discográficas, sendo um EP, “Entre o Tempo e a Memória”, editado em 2009; “O Projecto Reunir”, que juntou vários artistas para prestar tributo a Teta Lando, lançado em 2013; e o álbum “O Ermo”, em 2015. Neste momento, se encontra a trabalhar no próximo álbum, o qual se irá chamar “Desvio Padrão “, previsto para 2020.